Às vezes sou somente a poesia
outras sou vento, sou grito, sou mito;
às vezes sou somente a elegia
outras sou emoção, sentimento de alegria.
Às vezes não sou, não sei, não fui
outras renasci das cinzas do vulcão
e o verso é aquilo que ele é;
devaneio, cosmogenese, criação.
Às vezes sou a sombra do elemento
outras sou o elemento em transição,
às vezes sou somente o complemento
d’algum livro, livre à interiorização.
Às vezes sou o tempo que é depressa
outras sou a voz da lentidão;
às vezes, muitas vezes, infinitas
existência dissolvida em sensação.
Às vezes eu não sou nem sol nem lua,
sou alma pura, cor do cheiro da visão;
às vezes sou um poeta inexistente
que comumente engole os sonhos e a razão.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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