Era a morte que bailava sob a noite
como a donzela ceifadora inefável,
trazia a foice e as lembranças de um olhar
em seu cavalo de fogo eterno a cavalgar.
Dançou no baile da infinidade sua canção
e nos acordes levou o velho por sua mão,
e no compasso levou o jovem e o coração,
levou o pai, levou a mãe, levou o irmão.
Dança da morte, essa consorte libertação
e o corpo denso desfez-se pútrido no chão
e, a lágrima brotou em sal, regou a flor
que germinou em um amplo jardim sem cor.
Dança da morte, baile funesto, olhar sem brilho;
e o homem que padeceu engendrou saudade
e, a morte partiu sorrindo, no limbo a idade
do beijo seco, do ósculo amargo da eternidade.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Gustave Moreau
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