Enquanto meus calcanhares
pisoteiam as folhas secas,
na árvore da vida novas flores
tenras, esperando anoitecer.
Enquanto meu sopro de temporal
esvoaçam pétalas do teu jardim,
no meu coração novos brotos
velutíneos, esperando anoitecer.
Enquanto meu olhar procura o teu
eu vejo motocicletas e transeuntes
que passam sem notar o meu amor
sincero, esperando anoitecer.
Enquanto meu silêncio ensurdece
com gritos calados e afiados,
ecos reverberam pelo vazio
transcendente, esperando anoitecer.
Enquanto minhas mãos calejadas
das penas e canetas sangrentas
que deixam marcas poéticas
eternizadas, eu espero anoitecer.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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