sábado, 21 de dezembro de 2013

De Quando Amanheço do Avesso

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Quando amanheço assim
sem mais nem menos
sem Sol nem Vênus
apenas um blues na minha vitrola;

vejo que o tempo é meu,
vejo o meu tempo ir embora
e ele vai na fresta do infinito
e ele carrega aquele antigo grito.

Quando amanheço assim
com meu pijama,
com um café e um cigarro a cama
eu sei que flui algum dos pensamentos

que cativei em algum outro tempo;
e lá na esquina dessa poesia
é onde a noite se despede ao dia,
é onde a morte então renova a vida.

Quando amanheço eu ouço o passarinho
cantando baixo, quase um burburinho;
voando alto como alados versos
buscando um tempo que anda transverso,

buscando a nota cálida de um vulcão
que beija em ápice de uma erupção
a tez molhada de uma nuvem plúmbea
e faz chover dentro do coração.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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