Quando amanheço assim
sem mais nem menos
sem Sol nem Vênus
apenas um blues na minha vitrola;
vejo que o tempo é meu,
vejo o meu tempo ir embora
e ele vai na fresta do infinito
e ele carrega aquele antigo grito.
Quando amanheço assim
com meu pijama,
com um café e um cigarro a cama
eu sei que flui algum dos pensamentos
que cativei em algum outro tempo;
e lá na esquina dessa poesia
é onde a noite se despede ao dia,
é onde a morte então renova a vida.
Quando amanheço eu ouço o passarinho
cantando baixo, quase um burburinho;
voando alto como alados versos
buscando um tempo que anda transverso,
buscando a nota cálida de um vulcão
que beija em ápice de uma erupção
a tez molhada de uma nuvem plúmbea
e faz chover dentro do coração.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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