Simplismos dislexos aneurais
e uma vertigem catatônica
da poesia em versos místicos,
da alegoria encravada no lírico.
Sintomas reais dessa loucura
e abstinências complexas
dos dicionários hebraicos,
dos vícios laicos diuturnos.
E ainda assim analiso profundamente
aquelas letras rasgadas no outdoor
que falam de sapatos e de joias raras
que meus desejos não querem nem saber.
E ainda assim continuo correndo na chuva
navegando nas enxurradas em barcos de papel
sem remos, apenas um cigarro molhado
que acendi quando deixei de fumar.
Simplismos e ruídos exóticos nas labaredas
de uma fogueira etérea transcendental
que acendi no vão das nuvens em uma tarde,
mas não me lembro se já era uma tarde de setembro.
E as primaveras vem e vão sem deixar vestígios...
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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