Foram dias obscuros
aqueles dias solitários
exilado ao campanário
olhando além da espessa bruma;
e lá além vislumbro a escuna
aproximando-se do porto
e meu espírito absorto
querendo a libertação
desses grilhões duros terrenos
servidos em copos de veneno,
servido em versos a inspiração
dos cacos d’algum coração
que foi partido pelo tempo
banhado em fel e sofrimento
mas deixo aqui pobre lamento
grafado em nua poesia;
e a alma aguarda um novo dia
um novo horizonte, novo porvir;
mas quase eu quero desistir
de toda busca inebriante
para voltar a ser como antes
e ter no olhar a criancice
e acreditar nessas crendices
que meus olhos já não suportam mais.
Foram dias obscuros
mas a luz assim transpareceu
e o corpo inerte então morreu
e voei livre por novas paragens
a cantar novas poesias
e espalhar pétalas de mim
e renascer em luz enfim,
para adormecer em seus abraços.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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