Somente o frio embrutecido
rangendo o algoz do meu destino
que se perdeu entre as batalhas,
entre arvoredos que farfalham.
Somente a noite congelada
adentrando salões de sentimentos
já esvaídos de contentos,
apenas observando seus próprios eus.
Somente um verso enegrecido
perante as trevas d’algum momento
d’onde inspirou ressentimentos
e dores horrendas sem nenhum motivo.
Somente o frio leve insensato
rasgando a tez já castigada
plena nudez da madrugada,
libertação do embrionato.
Somente eu em mim sozinho
e algumas recordações cristalizadas
num devaneio entrecortado
pelo feroz punhal regente.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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