Às vezes noites tão longas
vagando entre um gole e outro
de poesia, de vinho, de morte
ou, de uma vida medíocre.
Às vezes uma noite interminável
sem eu mesmo e sem você,
apenas mais um copo de vinho
ou que seja uma garrafa de solidão.
Tantas as noites por onde ressuscitei
mas, foram tantas mortes que perdi
a conta, o caminho, o ônibus
que me levaria até uma outra dimensão.
Mas a noite faz parte da poesia
e mesmo que seja tão triste, tão fria;
é uma busca por consolação,
por um amanhecer menos temerário.
Às vezes a noite tão longa, longe de mim
correndo de botequim em botequim
procurando um cálice dos seus beijos
mas, o que encontro é um peito vazio.
Às vezes a noite e a poesia distantes de mim
e as letras se embaralham entre estrelas
enevoadas pelo trago suculento e fatal;
e acordo sem saber se eu já sobrevivi.
Às vezes a última noite ou a eternidade
jorrando pelas gretas de uma sensação
passageira, derradeira, crua e mortal
que degusto no último gole de um final.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário