Minha velhice tão jovem e razoável
desconcertando os feitiços e magias,
e na esquina dos oceanos o vento
suave carrega sons e perfumes raros.
Minha velhice tão antiga e grisalha
que engoliu todas as cataratas
que abandonaram o cristalino dos olhos
de um tordo magro de penas desbotadas.
Minha velhice contemporânea e febril
contorcendo raízes de salgueiros e ipês,
ornamentando guirlandas na parede descascada
e cantando serenatas na janela do universo.
Minha velhice tão brusca nessa busca
de anos mais convidativos e festivos
onde os sorrisos são obrigatórios
e os caminhos são estreitos e felizes.
Minha velhice carcomida e corroída
pelos dialetos de um tempo esquecido
e pelas barbas brancas de um ancião
que cavalga sonhos em uma cadeira de balanço.
Minha velhice, tão eterna e inacabável;
bebendo juventudes e licores de vida
junto a todas as almas afins e amigas
nesse banquete requintado de sabedoria.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Yang Yi
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