quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Feitiço da Lua

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Olho a lua,
uivando paradoxos
calando constelações
que não se encontram
o Caçador e o Escorpião.

Olho a lua,
e a luneta companheira
e as montanhas vivas
e uma velha estrela
em buraco-negro devorador.

Olho a lua,
mirando a rua
via ampla e láctea
dançando universos
esperando a próxima colisão.

Olho a lua,
e vejo a alma
minh’alma fundida
aos átomos e luzes
estraçalhando cometas.

Olho a lua,
e vejo a poesia
e vejo sonhos
vejo supernovas
em bailados cósmicos.

Olho a lua,
e é recíproco
é encanto e silêncio
e as nuvens escondem a timidez
dessa donzela merencória e prateada.

Olho a lua,
e a noite padece
e o dia renasce
e as flores desabrocham
e meus olhos adormecem.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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