Do amor um resto incalculável
da flor um gesto imaculado
da dor um horror imensurável
do peito um verso tão amável.
Do sol um calor já escaldante
do livro a viagem de Dante
do pássaro um voo em liberdade
do peito um verso sem idade.
Da lua um brilho majestoso
da menina um olhar apaixonado
da noite a estrela em céu leitoso
do peito um verso fabuloso
Das pegadas migalhas pelo caminho
das gaivotas filhotes gritam nos ninhos
de um amor grita meu coração
do peito versos d’alguma paixão.
Do poeta vestígios de solidão
do asceta palavras de conhecimento
de um vento quem sabe um furacão
do peito alguns versos de descontento.
E a jornada que é infinda continua
e a carne que é pouco, é nua;
mas há sempre algo a se observar
então o poeta continua a caminhar.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Lucien & Simon
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