No firmamento lúgubre da noite
eram nuvens de cor de sangue
refletindo o fogo e as chispas
que lançavam-se livres ao ar.
Não havia vento nem o piar
das corujas costumeiras, era silêncio;
de som somente o sôfrego respirar
e o retumbar de um coração poético.
Agora ao fundo a música do tempo
ressoando em harmonia seus minutos
e um leve farfalhar moveu os galhos
verdejantes que guardavam as sombras soturnas.
Descansei minh’alma na poesia
que formou-se no elã da observação;
alma noturna que discorre letras bruscas
enquanto do outro lado a morte é certa.
Depois que a noite amainar as estrelas
eu adormecerei na alcova junto ao amor
que foi-me destinado pelo canto do anjo
trovador, àquele que é o guia dos caminhos.
Depois que a noite descerrar o firmamento
eu e meu amor contemplaremos o infinito
e no derradeiro grito de um velho curiango
poetizaremos sobre nossos amáveis anos.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Muddymelly
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