quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cova-Rasa

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Nos meus pulmões de fuligens secas
há de haver um sopro carbônico
que se enviesa pelas quinas de mim
e das vertigens um trago a mais.

Das vísceras polinizadoras corpóreas
um gérmen catatônico alcalinizado
e no uísque com três pedras de gelo
um mosquito mergulhou de corpo e alma.

No meu estômago um líquido desconfiado
e eis que fluíram ácidos semióticos às veias
que borbulhavam nesse sol ganancioso
que secou as pimenteiras do meu canteiro.

Nervos que se contraem no limiar desse luar
que prateia e clareia minha cova
onde jaz um corpo que já foi meu
mas, agora eu gosto de observar os vermes se alimentando.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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