sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Cantigas de uma Ilha Perdida

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No tilintar de sinos imaginários
em augustas vestes sigo a procissão
da vida que passa diante dos olhos
da sacra vontade em realização

e, nas arestas cruas vivenciadas
anotações codificadas de mim
que hermeticamente deixa na poesia
secretos desejos vindos dos confins

de um mundo criado em letras e espasmos
dos súditos músculos tão cerebrais
que envolvem e devolvem taciturnos
todos os vislumbres da alma no cais

onde aporto minha nau pura e pecaminosa
depois de viagem perfeita à deriva
por oceanos longínquos repletos de paz
que encontro sozinho no espelho da ilha

deserta ou incerta, sem coordenadas;
por onde o espirito retira-se de si,
por onde o corpo encontra-se inerte
e contempla a perfeição do microcosmo.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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