quinta-feira, 23 de julho de 2015

Memórias de uma Estátua de Mármore na Praça Central

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Eu vi no entardecer crepúsculo árido
e o sol bebericava a alma da lua
então minha alegria foi cataclísmica,
tão feliz que minhas lágrimas foram estrelas
que escorreram pelo céu noturno de minha boca;
boca poética, boca eclética, boca que beija a açucena;
mas, o entardecer foi embriagante
enquanto revoadas de garças dormitavam
nos varais infinitos dos meus pensamentos
com ceroulas dependuradas nos versos
de às vezes rimas ricas e às vezes rimas pobres
mas, sempre cantarolantes nas noites prateadas
refletidas no espelho calmo da lagoa
onde pesquei bagres, tambaquis e borboletas
de cores tão inóspitas que vinham a cegar
todos os olhares da estátua marmórea
que envelhecia solitária na praça central.


Jonas R. Sanches

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