domingo, 29 de abril de 2012

Minhas Asas Imaginárias





Não nasci com asas
 Mas em pensamentos ei de voar
Pelos campos etílicos
Pelas nuvens de fumaça sagrada
E pelos ventos gritar parábolas

Não nasci com asas
Mas voo tão bem
Rasantes em poesia
Pelos desertos da alegria
Cultivando pássaros de penas de ouro

Não nasci com asas
Mas roubei-as de Ícaro
E encerei os degraus do templo
Com o sangue vertido em lágrimas
Com a água bebida em vinhos profanados

Não nasci com asas
Mas voe comigo em palavras
Voe em liberdade e plenitude
Pousaremos em mil planetas
E beberemos da fonte da juventude

Não nasci com asas
Mas fui carregado pela fênix até o sol
Aonde me fundi aos anjos
E descansei os versos
Mas a mente continuará a voar livre









Créditos
Imagem: Reflexão
Tube Misted @fjunior
Arte: Auber Fioravante Júnior
Musica WAVE
What a Wonderful Word.wav 


Triunfal




Sou acometido por sonhos
E metamorfoses de parábolas
Que tentavam explicar os mundos
Fazendo analogias com os seres

Mas as bocas não ouviam mais
E as doutrinas foram sacrificadas
Em troca de um cálice de vinho
O puro vinho do sangue real

Então bebi de toda a sabedoria
E deitei o corpo em estrelas
Deitei o espírito em campos de alfazema
E a consciência então se calou

Calou o mundo
Em ecos vazios
E calaram as galáxias
Em explosões de vida

Em destruição e reconstrução
Em mudanças caóticas no macro
E transmutações do micro
Em fusão com o Cósmico

Em um retorno triunfal
Aos berços da criação
Diluindo a centelha
E desaguando no oceano de Deus

Despindo-se do corpo... Unificando-se ao Todo
E os esclarecimentos tornaram-se irrisórios
Pois não restaram as lembranças da gênesis primordial
E o existir perpetuou-se em si mesmo

E das entranhas do Ser jorraram estrelas e novos mundos...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google 

sábado, 28 de abril de 2012

Palavras do Coração




Meu coração... Imenso coração
Onde guardo todas as alegrias
Morada do meu amor
Templo de luz, recôndito de paz.

Meu coração... Tão frágil
Nesse titubear cansado
De tanta saudade,
de tantas tristezas e felicidades.

Meu coração... Sanctum da minh’alma
Transmutando-se e lapidando-se
Nas experiências interiores de contemplação
Deixando marcas no sutil coração do espírito


Jonas Rogerio Sanches  
Imagem: Google

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Germinação


Arte de Armim Mersmann

Imensidões guardadas, em cadinhos herméticos;
densas vias de ideias... Todas em unidade,
esperando o desabrochar da flor da alma
que germina devagar nos campos universais.

Mundos contidos em sementes, florir de galáxias,
esperando a serem cultivados pela inteligência divina;
esperando o sopro do Cósmico... A vontade criadora
d’onde nascem as equações a serem resolvidas.

E nascem anjos e homens, mitos e fábulas...
Mas a mente é limitada e o abranger é falho.
E vemos somente o que nos é destinado;
ou, o que queremos ver, ou podemos ver.

E o recipiente está abarrotado... Pronto ao cultivo,
esperando as vontades lançarem as sementes,
esperando o domínio de si mesmo, de fato;
vivendo em múltiplas dimensões reciprocamente.

Germinando em si a semente que és...
Cultivando novos mundos em poesia...


Jonas Rogerio Sanches

Luar II




Luar
Que me acolhe
Que me tolhe
O amor prateado

Luar
Dos amores
Das dores
Dos apaixonados

Luar
Que encanta
Que espanta
Trás minha namorada

E venha luar
Meus sentidos roubar
Venha desanuviar
Meu bosque coração

E norteie-me nesse negrume noturno


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google 


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rios da Existência




Na calada madrugada de minh’alma
busco arrego em mil livros de cetim,
em vistosos simbolismos eclesiásticos;
è, pois, árduo o rebento dessa vida.

Acabrunhado de vertigens ostentosas
aonde os rios, mentes tão bruscas... Deságuam
cachoeiras despencadas de palavras;
em lagoas mansas de apreciação.

O uivar nessa calada madrugada, temeroso
uivar de lobos, entre risos dentre as matas,
entre os gemidos da noite viva, obscuridades
escondidas entre as flores do meu jardim.

Jardins noturnos de alma em riste, almas vivas.
Jardins de outono de almas velhas, adormecidas;
guardiãs das estações vindouras, do novo cálice...
D’onde a vida jorrará límpida e renovada...

Então liberto navegarei os rios da existência plena...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Encanto de Sereia




Avistei-te as pedras em sua beleza
Seu canto hipnotizante que atraiu
O seu olhar terno e misterioso... Sereia
Despiu-me os sentidos, enlevados ao mar.

Como pérola destacou-se em lua branda
Prateadas e mágicas escamas sensuais
Queria um beijo e você a minha alma
Devorar-me-ia em seu leito de oceanos

Sereia cante seu amor aos marinheiros
E o seu feitiço espalhe ao vento minuano
Sereia despe-se de peixe em maravilha
Mostrando o corpo que só Deus a de esculpir

Sereia e morte aos felizes apaixonados
Arrebatados nas magias desse encanto
Enquanto um beijo que deságua em profundezas
Saciará da mulher-peixe todos os prantos


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google 
 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Amplitude




Vejo os caminhos explanarem-se a frente
E as hipóteses se multiplicam aos coelhos
Portos e portas a serem esquadrinhados
A procura do tesouro das almas buscadoras

Imensos vales de oportunidades germinam
Jorrando sementes e sonhos perpétuos
Esperanças incontidas e realizáveis
Onde me agarro forte... Seguindo as estações

Vejo todos os caminhos com clareza
O da vida e o da morte, o da luz e o da escuridão;
mas contenho-me em meus passos serenos,
em uma busca de cada coisa ao tempo certo.

E folheio os livros antigos, minuciosamente;
a procura de eu mesmo escondido as entrelinhas,
a procura de um segredo novo, a tempos esquecido;
a procura da luz primeva da matriz da criação.

E o encontrar é pleno e transcendente... 
Satisfazendo todos os sentidos...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google