A poesia despertou emblemática
trazendo o sol com fulgor e mágica
e a flor noturna resguardou-se ao dia,
e a flor diurna abriu-se em alegria;
e o jardim foi verso, prosa, nostalgia,
foi senil borboleta de asas violetas
que esvoaçavam em pensamento, o vento;
que dispersava pólen e pétala, rebento.
A poesia amanheceu metafórica
trazendo a luz iridescente em retórica
da natureza, oração e canção teórica
predisposta em estrofes líricas;
reescritas em linhas pictóricas,
cores vastas d’alguma aquarela
retratando horizontes sarapintados
de mil camelos na agulha transpassados.
A poesia despertou e o poeta
devaneou inda em estado letárgico,
revoou pelo céu como pássaro
a trinar poemas e melodias;
partituras discretas e vislumbres
d’outras asas que se estendem vivas
revoando em píncaros veneráveis
que imóveis rememoram a paz.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Vladimir Kush
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