quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Vestígios Decadentes de uma Ascensão Nua sob Flagelos Exorbitantes na Ampulheta do Esquecimento do Próprio Eu



E a noite infinita devastadora
anseia por um colo feminino
e, acolhedor aos meu devaneios
e, sensível às minhas carícias...

Poeta insano acolhedor de dores
orador de orações a Exús e mandingueiro
inóspitos conhecimentos inadequados
que alicerçam meu estremecido eu...

Amores amados e idos e meteóricos
inspiradores nos verso de sofreguidão
estilhaços resolutos de uma canção
cantada muda ao solitário envelhecimento

e, a brisa, o sopro, o vendaval, e o furação
enfeitam meus fogos de lágrimas e artifícios
e, mesmo sabendo que a vivência ta difícil
deposito uma moeda na fonte e faço um pedido...

E olha só que concupiscência(*&*)
o Papai Noel Imortal fumou no meu quintal...
um (Base&piiiiiiiiiiiiiii, censurou a velha rena)

Meus cactos alucinógenos são eficientes
nessa tenda árida naufragada nessa ilha de inexatidão...

Jonas R. Sanches

Versos a um Amor Antigo e Imortal



Há muito tempo eu conheci
o amor; trouxe-me algo além da dor,
foi exuberante e inesquecível
mas, o tempo me roubou o beijo...

Hoje feliz inda me lembro
foi em meados de novembro
quando avistei-a a primeira vez;
foi real felicidade mas, hoje é a saudade

que me judia a insensatez...
Nunca me esqueço aquele olhar
nem mesmo quando olhei o mar
tentando amar outra pessoa...

Entendo o amor não é à toa
é coisa simples complicada
que faz a vida ser sofrida
quando distante é a alma amada...

Hoje recordo e compreendo
pois, já morri e não esqueci
o peso dos meus sentimentos
que escondi pra não sofrer

mas, já cansado de sofrer
perto da morte eu desabafo
mesmo que o verso seja escaço
que eu somente amei você...

Jonas R. Sanches

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Quase Agora



Era arrebol
quase crepúsculo
o corpo era pobre
a alma era rica
a barba era grande
o cabelo comprido
o céu colorido
a chuva cessava
o vento um zumbido
a mente era insana
o pensamento era abrigo
a poesia era o portão
o mundo era proibido...

Jonas R. Sanches

Almas e Formigas e Infernos e Purgatórios e Umbrais e Feridas

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Espírito fustigado
lambendo as próprias feridas
poeta alucinado
morrendo além da vida
purgatório recriminado
escola da sobrevida
tão morte e extasiado
insano seguindo a lida
num limbo desmesurado
sacrário de igrejas idas
a alma sofre pecados
a alegria era outra vida
a morte agora é o cenário
do corpo entregue às formigas...


Jonas R. Sanches
Imagem: Egon Schiele, Die Tod und die Mädchen (1915/16)
óleo sobre tela, Oesterreichische Galerie, Wien

Amanhecer de um Sol Fugaz e de um Canto Arguto no Retrato de uma Andorinha




Amanheceu e à terra um sol fugaz renasce
iluminando o canto arguto d’uma andorinha
melancolia bruta algoz desse embaraço
sobre o encanto esquálido d’uma melodia,

amanheceu e à flor um sol desorvalhando
ressuscitando o olor d’alguma poesia
euforia e bucolismo d’um retrato
sobre o caminho percorrido n’algum dia...

Amanheceu e a flor em dor se contorcia
despetalando-se à morte em terra fúnebre
e, o rio corria em pranto doce d’uma alegria
e, carregava pra bem longe o último sonho...


Jonas R. Sanches
Imagem: David King