sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Pelas Vidas e Sobrevidas




A vida complexa
a noite perplexa
repleta de estrelas
ou um temporal
anímico
sentimento poético
solidão feliz
que me condiz
no verso cru
de corpo nu
na palavra escassa
desviando a desgraça
dormindo na praça
ou achando graça
na dor que inferniza
aqui ou em Ibiza
ou em qualquer lugar
no céu o no mar
na vida no lar
ou só pelo povo
que é sofrimento
esquecido ao vento
pela sua dor
ou por um novo amor...

Jonas R. Sanches
Imagem: Vidas Secas

Sobre o Canto dos Pássaros no meu Recanto




Eu não me canso de cantar com os pássaros
minhas manhãs coloridas em alvoroço
tem bem-te-vi, tem melro, papa-capim,
tem beija-flor apaixonado por um jasmim;

eu não me canso desse canto mavioso
do sabiá a passear na goiabeira
maritacas algazarreando na jabuticabeira
e a cambacica fazendo birra pro colibri;

eu não me canso da poesia da natureza
são tantas cores, tantas flores, tanta beleza
no meu recanto existe encanto, existe o canto
que canta o tempo nesse momento que gosto tanto...

Jonas R. Sanches
Imagem: Gazeta do Povo

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Importante é Aquilo ou Aquele que Amamos




Já não importa mais o fim
já não importa qualquer raiva ou rancor
já não importa o seu ou o meu
já não importa essa mentira que a verdade conforta
importa sim, eu, você, você também...
Importa NÓS todos pela PAZ!

Jonas R. Sanches
Imagem: Meu Anjo e Sobrinho Murilo

À Verdade




Num profundo calabouço
a igreja escravizou a humanidade
ocultando primordiais verdades
querendo pra si todo o poder
mas, existem poetas loucos
que escalam as muralhas do calabouço
e tentam com o livre-arbítrio, libertação;
pois, igreja e perdão é no coração
e, não na palavra podre do padre ou rabino
pastor, castor, antílope ou peregrino;
Cristo deixou a paz mas também a discórdia
pregando sem explicar os seus alicerces;
agora, meu bom rapaz dê sua cara então pra bater
e cale-se diante essa pútrida mediocridade...
Não sou contra Deus, nem Cristo, mas sou
bem contra toda essa religião
independente de seus credos, dogmas e nações
que impõem poderes sem dar satisfação
pois, se à VERDADE vier à tona
acabará todo esse falso poder
que só se alimenta de guerras em nome de Deus...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sábado, 24 de novembro de 2018

Roda da Vida II




Será além da estrela fotografada
há uma estrela fulgurando o âmago
na roda cósmica o sempre incessante
e depois do agora o depois que já foi
na luz da estrela morta estudada
ou no pensamento à velocidade da luz
o sempre tolhido pela insensatez
da verdade não ser aquilo no depois
da memória se subtrair na própria história
do agora ser bem antes do após...

Jonas R. Sanches
Imagem: A Roda da Vida - Arcanjo Metatron

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Sem Escrúpulos e Sem Perdão




O tempo quase tranquilo
o vendaval prenúncio à tempestade
um assovio sinistro em sobreaviso
um coração estilhaçado à verdade
e a morte vem e à morte vai
somente um flash em furacão
um vórtice dentro da eternidade
e a natureza é a mãe sobrevivente
contundente ou comumente à vida
vivida sem escrúpulos e sem perdão...


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

domingo, 18 de novembro de 2018

Três Vezes Grande




Do seio da terra
o leite da vida
a seiva da rocha
a lágrima diamante
o cabelo de grama
a magia constante
entre os elementais.

Do seio da terra
o leite da virgem
a transmutação da rocha
em cadinho de diamante
em seus sete estágios
de alquimia constante
e a alma tornar-se-á ouro.

Do seio da terra
o gérmen da vida
o orvalho colhido
na manhã estrelada
e à última noite
o pergaminho perdido
dá a semente do azoth.

Jonas R. Sanches
Imagem: Tábua Alquímica de Hermes Trismegistos

De um Átomo Poético a um Momento Atômico




Um átomo poético
em instante periódico
algures insano espasmódico
num lúgubre cadavérico
em nuances do lusco-fusco
onde o sol se deita brusco
em âmbito velutíneo
e as estrelas em escrutínio
decidem o próximo extermínio
da supernova
que destrói e renova
desde o nadir até o zênite
e o poeta é olhar atônito
desse momento atômico.

Jonas R. Sanches
Supernova de Tycho (SN 1572). Foto: NASA

Depressa Demais



Há muito sofrimento na vida
mas, tudo passa depressa
a vida passa muito depressa
então viva com prazer
se dê o direito de cometer erros
se de o direito de ser feliz
sinta preguiça e cante com os pássaros,
tudo passa muito depressa
e a morte chega sem avisar
então viva a própria vida
não olhe para trás
siga sempre em frente
tire lições das situações difíceis
sorria das situações engraçadas
não culpe os outros pelos seus erros
mas também saiba perdoar
tudo passa depressa demais
a vida vem e a vida vai
como a escuma das ondas
que beija a praia e volta ao mar...

Jonas R. Sanches

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

O Diáfano do Olhar




O sol e o céu azul perfeito
transcendem a luz da melodia
vislumbre do amor à natureza
perfeito o dom da alquimia

transmuta-se toda semente em planta
e as cores ditam os tons do dia
as pétalas são meu cadinho insano
metamorfoseando-se em nuances de poesia

e o verso é só detalhe e encanto
e o canto é duma cotovia
o voo é tal qual curiango
e a mente o coração sacia...

E depois de todas as horas
a morte é grão em ampulheta
girando a vida do planeta
transfigurando o diáfano do olhar...

Jonas R. Sanches
Imagem: Thomas Baccaro - O Diáfano de Alexitimia

sábado, 10 de novembro de 2018

Mansidão




Há a mansidão no coração
e há a simplicidade no momento
uma leve brisa tal qual lamento
carrega a lua à solidão
e a sensação é um rebento
enquanto o dia em desalento
se esvai deixando cor e paixão
e a noite traz contentamento
tal qual águas mansas o pensamento
se desfaz numa explosão de ilusão...

Jonas R. Sanches
Imagem: ID’ Photography

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

De Encontro ao Âmago de Mim




Entrecortando o âmago de mim
naveguei por águas tempestuosas
mares inóspitos de paradoxos
em um barco sem porto seguro
sem cercas, sem céus e sem muros;

entrecortando a vida diante à morte
e tudo fica vazio e sem sentido
imagens diáfanas entrelaçam cores
e seus sons são gritos que acalmam
minhas asas, então pouso em mim...

Enviesado, entrecortado, todos os ados
sem lados... Na noite um sinistro piado
arrepiando os cabelos de um bardo
mas, nada é tão tangível assim
algumas figuras são somente sentimentos

que emaranhados florescem em mim...
Entrecortando a poesia cósmica
sobrevoei abismos profundos
a imaginação se aliou aos sonhos secretos
agora somente flores permeiam o luar...

Entrecortando os finais, pirilampos pousaram em mim...

Jonas R. Sanches
Imagem: Medium

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Poema Filosofal




A chuva permaneceu
os olhos do céu marejados
tons plúmbeos no firmamento
pássaros tolhidos no quintal
relâmpagos coriscam vermelhos
iluminando o pensamento
que é tal qual vendaval
de ideias ziguezagueantes
pululantes sem igual
transubstanciando a letra
metamorfoseando o verso
para chegar consequentemente
no poema filosofal
que traduz o verbo em ouro
e dá a poesia vida eterna...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Canção que o Sol Compôs




Hoje meu sol partiu mais cedo
o meu enredo é de solidão
o querer é uma flor distante
que me relembra olor de perdição,

hoje meu sol caiu das nuvens
o meu pesar é mera ilusão
o meu querer é longe passarinho
querendo um ninho pro seu coração,

hoje meu sol foi beijo sem luar
se afogou nas ondas de outro mar
foi desalento enquanto eu dormia
e à letargia invade o meu sonhar...

Hoje meu sol partiu mais cedo
deixou em trevas toda emoção
somente agora ao longe burburinhos
enquanto a pena escreve essa canção...

Jonas R. Sanches
Imagem: Image Bank

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Momentos de Poeta




Soberano o momento em inspiração
vislumbre de um poeta à natureza
que o cerca e o alimenta da beleza
que ao certo alimenta o seu poema

que inda cru contorna a aura da flor
que inda é feto e de fato vai crescendo
de acordo com o que o coração vai percebendo
melindres circunscritos em evolução

e flor murchou no sol, mas, revelou
a pétala na lágrima de um beija-flor
e o beija-flor voou em desalento
registros do poeta em seu momento...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Guerra Abstrata




A abstração da morte ilude a vida
mas, consequentemente a vida é eterna
mesmo tão subalterna aos desgostos
e o amanhã pode ser quase agosto
sem inverno, sem inferno e apocalipse
só o limite do que escraviza o mundo
e, assim, tanto em busca de poder
e, assim, os poderosos não tem misericórdia
só alimentam a morte e a discórdia
nessa guerra que mata sem sentido...

Jonas R. Sanches
Imagem: Desconheço

Tumba dos Vaga-Lumes




A vidraça aberta deixando entrar o tempo
como um vão lamento entre os mil pedintes
no vão da cortina velha um rasgo envelhecido
refletindo no espelho um copo esquecido
na beirada do abismo bebendo o mundo
bebendo coca cola nas vitrines coloridas
dentro de uma tumba enfeitada com vaga-lumes...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Inóspito




Eu creio numa força inexplicável
escuto de uma inspiração inaudível
e a voz que fala é loucura
e a voz que fala é discernimento
é a voz da luz
é a voz das trevas
é o grito da calmaria
é o sussurro do vento
e é além do tempo
desfazendo infernos
foz de incontentamento
e a alma paira sem destino
destinos em envelhecimento
e o sol amanhã renascerá...

Jonas R. Sanches
Imagem: Santiago Caruso

Lembrei



Lembrei a tarde de ontem
mas era a tarde de hoje
um jardim quase florido
na empreitada um grande amigo
que escuta e critica sincero
faz seu papel com esmero
mas, me faz ver coisas bonitas
me faz querer recomeçar
e voltar a ser somente o sino
que badala estridente
anunciando a poesia...

Jonas R. Sanches
Imagem: http://estudiopa.net/site/2012/06/grupo-formosura-seloarteesmeroce/

Versos das Catacumbas das Areias Escorridas pelo Vão da Última Ampulheta Depois que o Sol Sofreu




Eu gritei um grito mudo
ecoou pelo som do quieto
reverberou no olhar cego
que vislumbrou cores invisíveis

fez-se arco-íris em partitura
aquarela em penas de quimera
tela exposta no museu sem muros
desenhos de sentimentos e sussurros

extravagância enviesada e sem clichê
devastadoras palavras hieroglíficas
escritas em tumbas herméticas desérticas
enterradas e esquecidas na última ampulheta...

E depois que foi-se o tempo os relógios eram ineficazes...

Jonas R. Sanches
Imagem: Grim Reaper

Às Vezes Poeta




O poeta às vezes ama um amor desmedido
o poeta às vezes sofre uma dor que dilacera
o poeta às vezes pranteia junto com um sorriso
em suas palavras às vezes perde e retoma o juízo;

o poeta às vezes é a morte em palavras bonitas
o poeta às vezes é a vida cantada e maldita
o poeta às vezes acorda na noite pra ver o sol
em seus vocábulos talvez aurora talvez arrebol...

Jonas R. Sanches
Imagem: Rolan Gonzalez

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Senda de um Coração Poético




O pensamento entorpecido pela vida
o sentimento embriagado pela dor
o sofrimento amenizado em codeína
o jardineiro apaixonado pela flor...

A poesia inanimada em seu casulo
a metamorfose transmutando a inspiração
o velho poeta não fica em cima do muro
a sua senda é reverência ao coração...

Jonas R. Sanches
Imagem: Igor Morski

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Lar dos Pensamentos



O adverso encravado no verso
a melodia em partitura/poesia
são dois tercetos cessando o soneto
são menestréis compondo cordéis;

a sombra então da luz é inverso
é noite escura anteposta ao dia
tomando a lua como seu amuleto
cantando surdo todos os decibéis...

Poeta e verso em sua apostasia
só a letra é verbo dessa religião
escrita em puro sangue no coração

onde a sensação fez sua moradia,
lá nesse recanto é lar meu doce lar
em cima da montanha no meio do mar...

Jonas R. Sanches
Imagem: Universo Incrível/Caio Azeredo

terça-feira, 8 de maio de 2018

Cogito, ergo sum




A sobriedade é tão insana quanto a loucura, cada uma dentro de seus parâmetros, mas prefiro viver cada dia em seu termo, pois não é importante aquilo que é visível aos olhos alheios, mas sim aquilo que só é visto aos próprios olhos sobre o que realmente somos... Bem e mal, tristeza e alegria, frio e calor, vida e morte, prosa ou poesia, são somente aspectos diferentes da mesma essência...


Jonas R. Sanches

quarta-feira, 2 de maio de 2018

O Bailado das Cores da Vida




As cores bailam no céu pitoresco
retorcendo as nuances do entardecer
são as mãos de Deus, pincel em rebusco
pincelando a vida que está a florescer

em um ninho escondido no abacateiro
no girino que nada na mina da mata
no hospital onde nasce mais um brasileiro
na andorinha chocando na velha fragata...

As cores brotam aos olhos transversos
nos versos envelhecidos do trovador
com um amor pela rima transcrita na letra
pela letra escrita co’a pena do amor...

Jonas R. Sanches
Imagem: Vladimir Kush

domingo, 29 de abril de 2018

Semente de Poema




A semente, a planta e a flor
o dia, a noite e o crepúsculo
o ninho, o pássaro e o canto
a rosa, a beleza e o espinho...

A semente, o agricultor e o alimento
as estações, sol, frio, chuva e vento
o passado, o futuro e o momento
vida, morte, desprendimento...

A letra, a palavra e o verso
o avesso, o anverso e o inverso
o cordel, a sextilha e o soneto
o elã, o poema e o poeta...

Jonas R. Sanches
Imagem: Gustavo Fernandes

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Gritos Coloridos & Borboletas Imaginárias




Cores em gritos espasmódicos
de grilos grilados com as fadas
que pitorescas revoam na enseada
de um mundo obscuro obtuso

e há peixes voando em sussurros
ouvidos nas nuvens do mar
entremeio ao extremo fugaz
de um princípio sem meio, sem fim...

Flores raras de um jardim caótico
exalando um aroma sem par
tão inóspitas tal qual o perfume
de um cadáver a se desintegrar

adubando o sertão das galáxias
entrelaçando-se ao vazio sem lugar
escondido no olhar de soslaio
que me olhava sempre a me assustar...

E nas esquinas da última loucura
um bate papo com minhas borboletas imaginárias...

Jonas R. Sanches
Imagem: Joan Miró

Luar Translúcido Obtuso




Luar que prateia o enluarado olhar
que se perde e se acha na estrela
que já morreu há milhões de anos
mas, lançou seu brilho no infinito

como o eco do eterno grito; da vida,
que ilumina a noite e escurece o dia
que passa deixando calendários gastos
e memórias inacessíveis escasseando

nessa prole de espasmos neurais... Mas,
a lua continua enluarada em seu luar
e a alma poética continua a admirar
esse translúcido e diáfano olhar

que vislumbra a vida passar,
que contempla a morte chegar
deixando apenas uma página vazia
e um verso incompleto no fim do livro...

Jonas R. Sanches
Imagem: Sarolta Bán

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Luzes Escuras




Olhos vagantes
entre vultos brilhantes
e, transeuntes indo
pra sei lá pra lá de onde
e, uma corneta toca
uma boiada de gente
num vai e vem sei lá de quem
e, um cometa partindo
corações espaciais
entrelaçando devaneios
em um não sei mais quando e onde foi...

Jonas R. Sanches
Imagem: Félix Labisse

Camas Vazias





A estrela se foi
com o sol
outra estrela
e a cama vazia
deu nó nos ossos
a carcaça violenta
na torpe escrivaninha
hilariante insanidade
desgastando o formidável
momento esquecível
que plurificou o eu...

Jonas R. Sanches
Imagem: Salvador Dali

De um Amanhecido Elã Desorvalhado


A imagem pode conter: planta, árvore, atividades ao ar livre, natureza e água

No pensamento um vento urge
um translúcido elã então surge
a pensar na flor já despetalada
sequelas do outono na madrugada;

há gotículas na folha inda orvalhada
são as lágrimas da estrela que se foi
e aquele beijo solar que vem depois
seca a sede de luz fotossintetizada;

há o pássaro de um mavioso trinar
lá do velho ipê a me acompanhar
entres as folhas o vejo, creio ser tico-tico
entres as letras contemplo esse dia bonito...

Jonas R. Sanches

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Vidas




Vida tão complexa e delicada
terrestre, marinha, alada,
microscópica e macroscópica,
paradoxo, antítese, retórica;

vida tão curta em longevidade
espírito imerso em eternidade
vida inascida quase insaciada
alma, candura inda imaculada;

vida de gente, de sol, de planeta,
vida animal, floral e inteligente,
vida bandida, querida, complicada,
vida de dia, de noite, de madrugada;

Vida morrida na parede emoldurada,
vida escrita nas páginas amareladas,
vidas que vão e que vem, estagnadas,
vida que sigo deixando algumas pegadas...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sábado, 14 de abril de 2018

Morte Doce e Escarlate


A morte compõe a sinfonia da vida
em seu tapete carmim e macabro
o homem teme o seu beijo escarlate
mas, é inevitável fugir a essa paixão...

A morte compõe os passos da dança
em partitura ilegível e inebriante
o trem vai partir, não se atrase por favor
a metamorfose espiritual é ininterrupta...

A morte sorri no espelho do amanhã
seu reflexo tem a beleza cândida angelical
seu bafo gelado arrepia meus sonhos
mas, seu abraço é doce e aconchegante...


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 29 de março de 2018

Depois do Tempo há à Alquimia e depois da Alquimia Há o que há fora do tempo...




Eu calei-me no momento surdo
eu morri e revivi para escrever
essa passagem desse conto vero
que não morri pra te fazer sorrir...

Eu cantei encantamentos mágicos
só pra fazer chover no teu jardim
eu declarei-me ao grão-susto cósmico
só pra você não ter que partir...

E foram dias em ampulhetas planas
e grãos de areia sem ter onde ir
e foram mortes ditas vidas livres
depois de um tempo que inda não foi...

Eu calei-me e não morri
o tempo teve pena de mim
deixou o Poeta encontrar sua Alquimia
e morrer diariamente uma vida sem fim...

Jonas R. Sanches
Imagem: Gilberto Aranha Andrade

sábado, 24 de março de 2018

Ilha


A imagem pode conter: nuvem, céu, atividades ao ar livre e natureza

Aportado em ilha desconhecida
cercado pelo místico da mente
sobreposto à nua e crua poesia
como luz da noite e treva do dia

e, a metamorfose anímica dá asas
à mente e ao corpo do espírito inerte
inda desconhecedor do leste
reconhecedor d’outras metamorfoses...

Prelúdio, preâmbulos e prefácios
inacessíveis à glândulas e ideias
tão mórbidas quanto vivificante
coisa de antes de nascer a inspiração...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Navegante


A imagem pode conter: noite


Vocábulos inóspitos simbióticos,
composições velutíneas insanas,
poesias dentro de metapoemas,
esquecimento e lembrança no elã;

antíteses e paradoxos subversivos
nesse rebento de concatenações
d'onde o verso deságua abundante
transbordando esse rio infinito de luar;

navego em águas turbulentas sem remos
meu caminho sem rumo é a aventura
minha vida sem morte guardada na moldura
minha morte sobrevivente descansando em paz...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 16 de março de 2018

Sobre as Dores e os Sonhos Perdidos em uma Viela Sideral


A imagem pode conter: céu, noite e atividades ao ar livre

A dor do sonho irreal
a flor colorida em branco e preto
o amor reto transversal
no verso do meu dialeto

então amanheceu e o céu voou
estrelas apagadas e presentes
entre uma revoada de borboletas
nascidas do verso-casulo imperfeito...

Eu já não quero mais partir
eu já não quero mais sonhar
eu já não quero flores inóspitas
só quero um livro velho de magia

d'onde eu possa renascer
e cantar cânticos numa língua esquecida
quem sabe um poema-encantamento
que esconda o sol num céu de março...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Vestígios Decadentes de uma Ascensão Nua sob Flagelos Exorbitantes na Ampulheta do Esquecimento do Próprio Eu



E a noite infinita devastadora
anseia por um colo feminino
e, acolhedor aos meu devaneios
e, sensível às minhas carícias...

Poeta insano acolhedor de dores
orador de orações a Exús e mandingueiro
inóspitos conhecimentos inadequados
que alicerçam meu estremecido eu...

Amores amados e idos e meteóricos
inspiradores nos verso de sofreguidão
estilhaços resolutos de uma canção
cantada muda ao solitário envelhecimento

e, a brisa, o sopro, o vendaval, e o furação
enfeitam meus fogos de lágrimas e artifícios
e, mesmo sabendo que a vivência ta difícil
deposito uma moeda na fonte e faço um pedido...

E olha só que concupiscência(*&*)
o Papai Noel Imortal fumou no meu quintal...
um (Base&piiiiiiiiiiiiiii, censurou a velha rena)

Meus cactos alucinógenos são eficientes
nessa tenda árida naufragada nessa ilha de inexatidão...

Jonas R. Sanches

Versos a um Amor Antigo e Imortal



Há muito tempo eu conheci
o amor; trouxe-me algo além da dor,
foi exuberante e inesquecível
mas, o tempo me roubou o beijo...

Hoje feliz inda me lembro
foi em meados de novembro
quando avistei-a a primeira vez;
foi real felicidade mas, hoje é a saudade

que me judia a insensatez...
Nunca me esqueço aquele olhar
nem mesmo quando olhei o mar
tentando amar outra pessoa...

Entendo o amor não é à toa
é coisa simples complicada
que faz a vida ser sofrida
quando distante é a alma amada...

Hoje recordo e compreendo
pois, já morri e não esqueci
o peso dos meus sentimentos
que escondi pra não sofrer

mas, já cansado de sofrer
perto da morte eu desabafo
mesmo que o verso seja escaço
que eu somente amei você...

Jonas R. Sanches

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Quase Agora



Era arrebol
quase crepúsculo
o corpo era pobre
a alma era rica
a barba era grande
o cabelo comprido
o céu colorido
a chuva cessava
o vento um zumbido
a mente era insana
o pensamento era abrigo
a poesia era o portão
o mundo era proibido...

Jonas R. Sanches

Almas e Formigas e Infernos e Purgatórios e Umbrais e Feridas

Nenhum texto alternativo automático disponível.


Espírito fustigado
lambendo as próprias feridas
poeta alucinado
morrendo além da vida
purgatório recriminado
escola da sobrevida
tão morte e extasiado
insano seguindo a lida
num limbo desmesurado
sacrário de igrejas idas
a alma sofre pecados
a alegria era outra vida
a morte agora é o cenário
do corpo entregue às formigas...


Jonas R. Sanches
Imagem: Egon Schiele, Die Tod und die Mädchen (1915/16)
óleo sobre tela, Oesterreichische Galerie, Wien

Amanhecer de um Sol Fugaz e de um Canto Arguto no Retrato de uma Andorinha




Amanheceu e à terra um sol fugaz renasce
iluminando o canto arguto d’uma andorinha
melancolia bruta algoz desse embaraço
sobre o encanto esquálido d’uma melodia,

amanheceu e à flor um sol desorvalhando
ressuscitando o olor d’alguma poesia
euforia e bucolismo d’um retrato
sobre o caminho percorrido n’algum dia...

Amanheceu e a flor em dor se contorcia
despetalando-se à morte em terra fúnebre
e, o rio corria em pranto doce d’uma alegria
e, carregava pra bem longe o último sonho...


Jonas R. Sanches
Imagem: David King