sábado, 26 de março de 2016

Opióide



Na alcova fria a gaveta transborda
opióides de todas as cores e tipos
e a dor busca alívio e serenidade
no escuro estereótipo neural
que crepita incandescente na mente
que aprendeu a suportar com eutimia
que adversamente adquiriu fleuma
e a cada drágea um pitoresco momento
de um refolgo brusco lenitivo
d’onde ressurge a poemática insana
de um contemplar intrínseco introspecto
d’alguma percepção psicodélica opiácea
que nasce e padece como o brilho estrelar.


Jonas R. Sanches
Imagem: Danny Beath

Reminiscências de um Amanhã que já se Foi



Há névoa no meu lobrigar
embiocando as cores do âmbito
mas, o sol já vai aboiar
para desbaratar a manhã variegada
e, no alvorejar assoalhar jardins
de matizes fortuitas e distinção
ressurgentes das sementes no chão
que foi propalado por mãos férteis
de corações indulgentes dínamos
mas, o amanhã já vai escaqueirar
e restarão somente reminiscências
anotadas num pergaminho provecto
escondido pelos vãos da catacumba
onde sepultaram os dias vindouros.


Jonas R. Sanches
Imagem: Atavismos do Crepúsculo - Salvador Dali

sexta-feira, 25 de março de 2016

Caminhante de Outono



Vejo novamente as folhas ao vento
agora são amarelas e secas rodopiando
em busca do seu leito na terra fria
para depositar sua alma no mundo;

as árvores exibem suas cores frias
antes de morrerem para renascerem
o equinócio marca essa modificação
e o olhar do poeta contempla a sensação.

Piso folhas e pétalas no meu caminho
e caminho em direção à próxima estação,
incessante é a senda do caminhante
que busca o conhecimento do coração;

caminhante de outono, sua nova estação,
recolhendo as folhas amarelas pelo chão,
deixando suas pegadas encravadas em vão
pois o tempo apagará todas as suas memórias.


Jonas R. Sanches
Imagem: Jorge Soares

quarta-feira, 23 de março de 2016

Do Entardecer à Aurora no Olhar do Poeta que Mergulha no Arrebol



Fiquei de banda na varanda
esperando a noite chegar,
fiquei mirando o horizonte
contemplando às cores se dissiparem;

mirei no céu um cento de andorinhas,
mirei nas nuvens alguns carneirinhos,
juntei-me à pena e ao meu caderninho
e com muito carinho pus-me à poetar;

ao cair da noite a primeira estrela
tal qual um olhar um tanto angelical
depois veio a lua prateando o terreiro
e alguns pirilampos beirando o matagal;

aurora poética, arrebol cintilante,
lembrança da infância, tempo de criança
agora mais tarde idade de poeta
cantando essa noite como fosse um asceta.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

domingo, 20 de março de 2016

Pescador de Poesias



Domingo de manhã
acordo bem cedinho
vou passar um café
ouvindo passarinhos
abro bem a janela
deixo o frescor entrar
o céu já azulado
faz eu me animar
pois vou juntar as tralhas
para eu ir pescar
vou rumo ao ribeirão
a passos bem mansinhos
tem flores do sertão
beirando o caminho
ao longe um galo canta
anunciando o dia
num rádio bem distante
eu ouço Ave-Maria
então faço uma prece
pedindo proteção
e peço que a poesia
alimente meu coração.


Jonas R. Sanches
Imagem: O pescador, do livro O poeta e as Musas, ilustração do artista plástico Nelsinho

sábado, 19 de março de 2016

Cadê a Verdade? Cadê a Vergonha na Cara?



Quando a água bate na bunda
é que se aprende a nadar;
nadam contra a democracia,
utilizam de covardias políticas,
mesmo com toda a verdade escancarada
temos que engolir toda essa praga
que se diz tão inocente;
mas há prova convalecente
contra essa doença chamada governo
que tenta esconder larápios
que tenta esconder a cara
por detrás de infundamentos;
sou poeta e eu lamento;
vem com essa de grampo ilegal
mas, falou e se deu mal
agora a imprensa é a errada
nessa ignomínia palhaçada
que é falta de respeito;
ei Lula toma vergonha na cara
e assume toda essa máfia
que é em prol do comunismo
assume o seu imundismo
que corrompe o sistema
mas, esqueci que é seu emblema
toda essa enganação
que quer o BRASIL no chão
que quer sair impune
desse seu ato sem respeito;
eu quero mais te ver num leito
a sete palmos do chão
pra enfrentar a justiça cão
que é regida no inferno
vai passar o seu inverno
nessa insã inlucidez,
vai pagar o que tu fez
com essa lavra de mentiras
fazendo-se de inocente
e precariando toda a gente
que em vero é trabalhadora;
vai você e sua zorra
para a puta que os pariu
e deixa o nosso BRASIL
viver a democracia
que tá escassa nesses dias
que vocês estão fudendo
e a alma do PAÍS
é tão vero está morrendo.




Obs: Ainda tem ignorantes que se colocam favorecidos a essa ladroagem, tem gente que engole e se satisfaz com essa balbúrdia proclamada por esse nojento governo, tem gente que vai fazer manifestação à favor da fome, da miséria, da desorganização, do aumento de impostos para cobrir o rombo causado por esse governo lixo, a favor da criminalidade em ascensão, a favor do desemprego, a favor de hospitais e empresas fechando suas portas, a favor de um país em decadência total em todos os aspectos, e aí, eu acho que todos têm que se fuderem mesmo, pois escolheram essa corja de filhos da puta para governar e armar a tenda desse circo chamado BRASIL.

Jonas R. Sanches
Imagem: Autor especificado na própria imagem.

Meu Jardim... Minha Açucena



Eu quero um sol brilhante
para iluminar o meu jardim
desorvalhando a Açucena
que é por quem me apaixonei;

ela é a flor mais velutínea
o seu abraço é aconchego
o seu olhar adocicado
tão doce quanto os seus beijos.

Nessa existência de jardineiro
da minha flor eu cuidarei
para ela estar sempre vistosa
pois por todo sempre a amarei.

Jonas R. Sanches

sexta-feira, 18 de março de 2016

Cadê a Democracia?



Sou a favor de um país democrático
onde todos saibam o que acontece,
onde políticos não hajam nas sombras
e o povo exerça sua soberania;

mas o que vejo é bem diferente
estão escalpelando a alma da gente,
idosos definhando, crianças carentes,
trabalhador sem um emprego decente.

A crise é tão densa tal qual nevoeiro
deixando difícil para os brasileiros
viverem, morrerem ou sobreviverem
pois, todo seu lucro esvai-se em impostos;

impostos usados para encherem os bolsos
daqueles que dizem-se os bons governantes
mas, o que eu enxergo é calamitoso;
saúde, educação e salários humilhantes.

Não contenho meu grito entristecido,
não contenho a revolta de ver tudo errado,
é urgente a mudança a ser feita, eu digo;
pois, senão o país vai-se ir pelo ralo.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 15 de março de 2016

Pouca Vergonha Descarada Contra a Alma do Meu PAÍS



Vejo o procedimento do governo
meu sentimento é de revolta
dilmandada ignorante grita
e o luladrão para o governo volta.

Sou BRASILEIRO então eu grito
contra essa pouca vergonha viril
que lesa a ALMA e o CORPO existente
da nossa pátria AMADA BRASIL.

Recorrem ao ladrão pra esconder o ladrão
mas os ladrões querem lavar as suas mãos;
já no meu peito tanta revolta dessa nação
que diminui-se a cada dia por essas mãos

que dilaceram toda a honra do BRASILEIRO
jogam-as pela descarga desse banheiro
onde essa bosta é infinita nesse congresso
que em si defende toda essa corja de ladrões.

Eu sou POETA e não sou burro
por minha PÁTRIA na poesia eu vou falar
pois, o que eu vejo é um país à deriva
levando àqueles que trabalham pro fundo do mar.

Ah... Como chora minh’alma
neste momento de covardia contra a NAÇÃO;
devia haver ao menos vergonha na cara
desse excremento que se diz  com o poder

mas, eu aqui como BRASILEIRO inteligente
deixo um poema para alertar a minha GENTE
que é descente e não merece todas essa gente
que dizem saber comandar nossa NAÇÃO.


Jonas R. Sanches

segunda-feira, 14 de março de 2016

Todo Dia é Dia de Poesia



Dia de poesia é todo dia;
poesia da morte,
poesia do dia,
poesia da noite,
poesia da vida...

Tem poesia da flor desabrochada,
tem do pirilampo da madrugada,
poesia de ódio,
poesia de amor,
poesia de riso,
poesia de dor...

Todos os meus dias são poesias,
sobre nuvem e pássaro,
sobre o rio e a agonia,
sobre a flor do lácio,
sobre uma melodia...

Todo dia é dia de poesia...
Toda noite versejo ao elã
que transpassa qualquer amanhã
e deixa eternizada a alma poética.

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Café com Pássaros e Poesia



Deixei a chaleira no fogo
pra passar café fresquinho
no beiral cantava o joão-bobo
cuidando zeloso o seu ninho

na laranjeira vistosa
sabiá fazia sinfonia
no café tico-tico garboso
dava o tom da melodia

no capim-cidreira sozinho
trinava o belo bigodinho
em dueto beirando a graminha
grassavam duas coleirinhas

nhambú eu ouvia de longe
piando seu canto tristonho
ao contrário do canário-terra
que estridente parecia um sonho

bem longe o galo-campina
poetizava sua sina
e eu aqui da varanda
recomeçava meu dia

com lápis e um caderninho
observava essa aurora
com meu café sem demora
compus essa poesia.


Jonas R. Sanches
Imagem: Roberto Harrop

sábado, 12 de março de 2016

Madrugada Sertaneja



Hoje madruguei
cordei co’as galinhas
inda lá no céu
duas estrelinhas
vem lá do terreiro
a música do galo
juntei as minhas trouxas
e saí pro regalo
e junto de mim
voou um bem-te-vi
fazendo estardalhaço
que eu nunca vi
foi me acompanhando
pela minha estrada
eu me espreguiçando
cortando o estradão
orvalho na grama
que beirava o chão
de terra batida
roubando pegadas
e eu fui seguindo
pela madrugada
até que no horizonte
fulgiu o astro rei
despontando em luz
desorvalhando a flor
que noitou sozinha
sonhou com rouxinol
e cordô cos grilos
fazendo algazarra
e eu fui seguindo
inté me despedindo
da minha madrugada
mas fui rebatendo
o dia estava vindo
o céu dum azul lindo
os pastos verdejantes
tinha até borboleta
nos dentes de leão
que recortava o chão
num branco pigmento
esqueci do lamento
e só agradeci
por essa belezura
dessa manhã tão pura
com nuvens de candura
por onde eu existi.

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 11 de março de 2016

De um Sonho que Sonhei



Eu sonhei um sonho
quase um pesadelo
mas não tive medo
de o observar;

vi fogo chovendo
o dia escurecendo
pessoas correndo
em meio ao breu;

um touro de olhos
tais quais labaredas
de escamas de ouro
pisando no sol;

vi anjos armados
com a foice da morte
ceifando à sua sorte
tudo que vivia;

cavalos alados
traziam a peste
tudo fez-se agreste
desertos de fel;

olhei tudo aquilo
já desconcertado
pensei nos pecados
e pensei no fim,

no fim de uma era
regada de guerras
banhada de sangue
por onde trilhei;

agora já é tarde
e o dia amanhece
ajoelhei em prece
então acordei.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 10 de março de 2016

Tempo Dentro do Tempo



Livros dentro de livros
poemas dentro de poemas
versos dentro de versos
palavras dentro de palavras;

pensamentos dentro de mentes
sentimentos dentro de gente
sementes dentro de vasos
transeuntes dentro de carros;

ampulhetas dentro de tempo
tempos dentro de relógios
relógios dentro de horas
esperando dentro da demora;

e agora chegou o momento
e a estrofe se esvai com elã
que corrói dentro do peito
nessa esmeraldina manhã.

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quarta-feira, 9 de março de 2016

Dentro do Tempo o Vento Passa



Tento parar o tempo
mas o tempo passa
dou corda no relógio
ele me ultrapassa
reviro a ampulheta
a areia transpassa
tento parar o vento
mas ele trespassa
na roda do moinho
a mente se disfarça
vai rumo ao torvelinho
e tira a carapaça
distorce o pensamento
mas não faz trapaça
apenas dá as cartas
e a sorte que se faça
revés de um momento
momento extrapassa
em voz de poesia
que desembaraça
enquanto esvai o dia
no banco da praça
buscando a alegria
esquecendo a desgraça
que assola a ousadia
e nos enche de graça
fortalece em primazia
dentro da couraça
que repousa sua cria
olhando pela vidraça.


Jonas R. Sanches
Imagem: Vincent van Gogh

terça-feira, 8 de março de 2016

Sensações de Dali



Misturas cromoplasmáticas
de horizontes prismáticos
com elementos sarapintados
de pigmentações psicodélicas
de uma alma monocromática
com bigodes de finos pincéis
Salvador Dali, salvador daqui
desse redemoinho tingido
de pensamentos variegados
e sensações vivas matizadas
de olhares pscodislépticos
em pinceladas alucinogênicas
que adentram intrínsecas
o durame dessa admoestação.


Jonas R. Sanches
Imagem: "The Mountains of Cape Creus on the March" - Salvador Dali

quinta-feira, 3 de março de 2016

Da Poesia Original



Do seio fértil divino
almas tridestiladas
como a vodca do czar
e fez-se a luz
e fez-se a treva
e fez-se o masculino
e o feminino
e colheram a maçã do Éden
então foi o pecado
recitado em poesia
que emanou verdades
em vórtices de tempo
que virgem passou
sem ampulhetas nem relógios
sem calendários, meses, anos
e a alucinação foi real
enquanto caiam anjos
e eles amaram as mulheres
e nasceram gigantes
e nasceram nefelins
e da harpa do plebeu
ressoou Led Zeppelin
com acordes múltiplos
no salão dos espíritos
que aguardavam mudos
o final dos mundos
e do sofrimento atroz
que predomina desde então.


Jonas R. Sanches
Imagem: Laura Knight-Jadczyck 

terça-feira, 1 de março de 2016

Feliz Aniversário



Feliz Aniversário meu Amor
que seja mais um ano de esplendor
que Deus amenize toda a dor
que a Luz ilumine teu caminho.

Feliz Aniversário meu Amor
que seja eterno nosso amor
que sempre rejuvenesça nessa vida
que a Paz no coração faça guarida.

Feliz Aniversário meu Amor
que seja mais um ano de conquista
que seja florido como a primavera
que haja amor e não haja guerra.

Jonas R. Sanches