segunda-feira, 27 de junho de 2016

Sonhos e Poesias dos Madrigais



Sol e noite entrelaçados
no beijo do entardecer
que respinga no horizonte
a estrela do amanhecer
que brilha no olhar da coruja
e rebrilha no voo do curiango
que sinistro olha soturnamente
o voo incerto da mariposa
mas, na vitrola um sentimento
reflete todo esse momento
que é eficaz ao eu poético
diversificamente eclético
esperando à luz da aurora
que tão logo se demora
à espera d’um sonhador
que a cada dia, a cada noite;
sonha... Sonha... Até adormecer...
Ao canto profano dos madrigais.


Jonas R. Sanches
Imagem: Salvador Dali

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Império Apocalíptico



Caiu o Império Otomano;
caiu a Macedônia Antiga;
caiu o Império Mongol;
caiu o Califado Omíada;
caiu o Império Aquemênida;
caiu a Dinastia Tang;
caiu a Horda de Ouro Canato;
caiu o Império Maurya;
caiu o Göktürk Khaganate;
caiu a Alemanha Nazista;
caiu a Dinastia Han;
caiu o Império Romano;
caiu a Dinastia Ming;
caiu o Império Sassânida;
caiu o Império Japonês;
caiu o Império do Brasil;
caiu o Rashidun Califado;
caiu o Império Português;
caiu o Califado Abássida;
caiu o Império Francês Colonial;
caiu a Dinastia Yuan;
caiu a Dinastia Qing;
caiu o Império Espanhol;
caiu o Império Russo;
caiu o Império Britânico;
impérios caem,
nações caem,
reinados caem,
todo poder sucumbe ao tempo,
todo poder apodrece impérios,
o poder traz querência de mais poder
e, esse egoísmo destrói...
Vejo poderes caindo,
vejo um mundo cataclísmico,
vislumbre do Apocalipse
que fez-se real nesse tempo
que vivo a escrever sobre o fim...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

domingo, 19 de junho de 2016

Trabalhando no Lar



No meu trabalho escasso
deixo a mente fluir,
vou no meu quebra-cabeça
antes que eu me esqueça
monto-o por mim,
monto com minha mão direita
pois a esquerda é coxa
mas, isso não me arrouxa
faço com todo prazer,
pois, só de poder fazer
me sinto adequado
por isso arranco os quadros
que já são antigos
nessa velha parede,
mas depois de pronto
alinho meus pontos
com o balançar da rede
e abro uma cerveja
pra contemplar o trampo
que então é pronto,
já vejo meu sorriso
trabalho em meu abrigo,
trabalho ficou no ponto.


Jonas R. Sanches
Imagem: Hi Soares Marcenaria

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Morte... Morte & Vida...



Poética à noite
e o camafeu bebe borboletas
diluídas em cálices dourados
de escamas de extintos dragões
derretidas nas minas douradas
dos duendes fálicos irreversíveis
e as almas atormentadas lapidavam
as pedras oníricas do faraó
morto e mumificado no amanhã
depois do pôr do sol anímico
antes da embarcação  do Nilo
que carrega as almas falecidas
ao banquete poético da paz.


Jonas R. Sanches
Imagem: O Bá e a Múmia

Hey Joe



Hey Joe
vamos beber dos cálices sangrentos
do corpo da seiva inerte
e suores de luas derretidas
em fornalhas de espadas
que barbeiam os sete samurais
e os quarenta e sete ronins
adormecidos na pedra do vulcão
adormecido quase morrendo
sob a pele de mil cordeiros
lobos enrustidos à carnificina/
hey Joe
vamos beber um cálice de tequila
nos desertos inóspitos de Sonora
e esperar o sol nascer
nas pupilas de um velho xamã
que degusta invernos extintos
na beirada das pirâmides do céu.


Jonas R. Sanches
Imagem: Jimi Hendrix in Gainsbourg

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Outono Silencioso



Daquele som silencioso
veio a poesia calada
mas, foi um momento barulhento
naquela esquina
onde embaralhavam-se sons
dos dias e dias trespassando
à realidade que não é real
mas, substituí as agonias
vivenciadas naquelas agruras
vertentes daqueles momentos
que perdemos a fé
naquilo que realmente acreditamos
por um simples conselho alheio
dum porra loka desvirtuado
que pelo menos, da vida, ,
segurou o patuá sem denegrir
àquelas noites obscuras
onde somente se buscava
o sentimento prazeroso da paz.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Poesia de Final de Outono



Ah! A poesia é flor sem jardim
nas terras desconhecidas de mim
quando insurrecto meu elã
sem admoestações do amanhã;
pois, tem cerveja esperando a boca,
a mesma boca que grita louca

seus pensamentos às vezes pueris
mas, às vezes um poema louco
noutras o desvelo treslouco
de uma inspiração tresloucada
pelas vassouras das bruxas
que sobrevoaram os arlequins

daqueles circos de terrores falsos...
Ah... O beija-flor inebrie sobrevoou
as tumbas das rosas desfalecidas
numa manhã de final de outono;
enquanto o poeta e a poetisa
se aqueciam entre os lençóis...


Jonas R. Sanches
Imagem: Paul Bronsom

terça-feira, 7 de junho de 2016

Quase Inverno



Amanheci e o sol era escasso
queria a quentura desorvalhante
para poder secar as pétalas
mas, num rádio longínquo
tocava uma estação da AM
que falava sobre as belezas do frio
então, resolvi compor alguma coisa
e bebericar um chá quentinho
observando os pássaros nos ninhos
embrulhados em suas penas
tão coloridas que pareciam primavera
mas, no céu retumbou um trovão
e o chuvisqueiro respingou o chão
que o poeta pisava atento aos arredores
buscando a santidade da inspiração.


Jonas R. Sanches 
Imagem: Google