À flor que sobreviveu ao outono
fiz uma poesia dos dias resilientes
mas, percorri caules e sendas
até poder em uma estrela adormecer.
Quando despertei já era primavera
e nas pétalas da açucena recolhi-me ao frio
então, nasceu o grande amor d’uma vida
que permaneceu até minh’alma partir.
Parti para um céu paradisíaco
mas, no caminho houve purgatórios
que dilaceraram no âmago da carne
e desmembraram-me mil vezes.
Mas, no caminho houve umbrais
que purgaram o veneno do espírito
que cambaleante insistiu em retornar
para novamente adormecer no veludo da açucena.
Mas, no caminho houve infernos
que congelaram até a lágrima salgada
que escorreu pela beirada daquela página
onde os demônios libertaram o amanhã.
Renasci naquele jardim entre flores
e a que amei estava entre outras
mas, reconheci-a pelo olhar velutíneo
então entrecruzamos nossos seres eternamente.
Jonas
R. Sanches
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