sexta-feira, 5 de junho de 2015

Relíquias Guardadas

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Guardei o sol em uma tarde cinzenta,
bebi toda a chuva pela garganta de um rio,
cresci junto com florestas intocáveis,
fui nuvem dentro de um tela de aquarela;

guardei a lua em um envelope antigo
enviei-a para você com flores de cristal
colhidas lá no fundo do quintal em jardim
imaginário que eu semeei em poesia.

Guardei estrelas em galáxias distintas,
explodi minha alma em uma supernova,
fui luzeiro em um profundo buraco negro,
germinei planetas há anos-luz dos meus sonhos;

guardei as letras em um ataúde de porcelana
juntei-as em um cadinho hermético de barro
ali foram transpostas todas as substâncias
que compõe a parte translúcida do espírito.

Guardei o grito dentro do eco infinito
de trovões distantes que estremecem o chão
de um céu paradisíaco onde anjos e demônios
tomam chá das cinco junto a Bandeira e Baudelaire.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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