domingo, 31 de maio de 2015

Estátuas de Sal

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Caranguejos e pirilampos dançando rumba
em luais de praias concretadas de Fiji
e o luar é engolido pelos nevoeiros
de gafanhotos árabes de apetite voraz
devastando os milharais de Albuquerque
enquanto índios Comanche festejam
rodeando fogueiras de lenhas de pau-santo
e os olores fumegados sobem às nuvens
nucleares de uma guerra cataclísmica
que trouxe na manhã de outubro o fim
das crenças escravizantes de religiões antigas
& agora todos os povos clamam juntos
a um mesmo Deus único e displicente
que assiste sorridente de seu castelo de areia
as devastações sinistras apocalípticas
de uma terra desterrada sem comiseração
& é possível escutar o gemido do último coração
antes de um pôr-do-sol eterno e derradeiro
que finalmente trará a infinita escuridão
que cegará todas as estátuas de sal sobreviventes.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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