O caos despenteou os meus cabelos,
madeixas poéticas e o pente é são,
a mente é sã, minha insensatez é literária;
é profusa, é confusa, obtusa, meu elã.
O vento despenteou os meus pensamentos,
madeixas ao relento de um tempo inócuo,
o consciente é inóspito, inconsciente lucidez
que é talvez, é perspicaz, é consequente.
O caos despenteou os cabelos do ancião,
madeixas de uma barba até o chão,
é chão de estrelas, caminhante do véu noturno;
indubitável, irascível, inominável, inconclusivo.
Estrelas são pelas noites dos poetas
e a lua é companheira, sua voz é prateada;
em noites nevoentas a voz é de trovões
estremecentes que ribombam entre clarões.
O caos organizando-se entrelinhas do poema
e a desorganização é proveniente à interpretação,
poetas são organizadores dos vislumbres
que os circundam em suas rotinas cotidianas.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Ismael Nery
Nenhum comentário:
Postar um comentário