Há uma poesia em cada momento,
no sol a poesia flamejante grita
pela poesia da chuva que precipita
em versos orvalhados junto à terra;
terra molhada e germina a letra-semente
que no caule viçoso vai poetar à lua
que clareia os passos do poeta à noite nua
e nas estrelas metáforas burilam a mente.
Há a poesia no olhar do cão amigo
e no fundo do lago que oculta em segredo
um poema molhado com peixes azuis
e no anzol a minhoca é um poeta de luz;
e a poesia continua em ponta de pena e nanquim
vertendo em rebento o verbo do eterno ninguém
que é o verso transverso que morre no verso
e infinito é o poeta que cirze letras no universo.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Van Gogh
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