Dentro da mente há palavras
em turbilhões, querendo sair,
querendo parir, parir poesia
concatenada entre o verbo e o sol
que reponta lustroso e iridescente
e trás a tona o renascer cotidiano,
e trás a superfície das pupilas
o refletir do brilhantismo da vida;
e o verbo conjuga o momento,
o intento do poeta versificar
sobre o eu, sobre o céu distante
entre o umbral e o purgatório
que é retórica da voz pecadora,
mas, não é pecado, é a vontade;
experimentação, experienciação,
evolução emanando do coração.
Dentro da mente infernos e édens
reviravolteiam, entornam em dor
que se faz necessária; o sentir-se
vivo, espesso, escasso, sentir amor
pela flor, pelo pássaro, pelo cão;
trilhar o chão lamacento, louco e são,
descansar a alma em um espelho
com olhos vítreos a se esquadrinhar;
trilhar o chão e, o rebento da estrada
é o não ter final, simplesmente ir,
seguir, transpor, transubstanciar
todo o chumbo que é gravitacional.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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