sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Acordes Circunspectos



Guitarras gritam na cabeça
e o rock inspira o versejar,
a mente a frente concatena
a cor do som no assemelhar

e o pensamento é vislumbre
do acorde agudo distorcido,
observações caleidoscópicas,
percepções psicodélicas;

as cores entrelaçadas em um blues,
as cores intrincadas em um jazz,
as cores espevitadas em um reggae,
multicores as partituras do cosmo.

Guitarras percucientes na cabeça
e o rock inspira o devaneio,
a mente explode em congeminação,
as cores híbridas moram nas notas;

bemóis e sustenidos e bequadros
em uma dança pressurosa infinita
com escalas cromáticas e aliterações
que adormecem em sonhos musicais.


Jonas R. Sanches
Imagem: Jimmy Page

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Dentro da Mente o Infinito



Dentro da mente há palavras
em turbilhões, querendo sair,
querendo parir, parir poesia
concatenada entre o verbo e o sol

que reponta lustroso e iridescente
e trás a tona o renascer cotidiano,
e trás a superfície das pupilas
o refletir do brilhantismo da vida;

e o verbo conjuga o momento,
o intento do poeta versificar
sobre o eu, sobre o céu distante
entre o umbral e o purgatório

que é retórica da voz pecadora,
mas, não é pecado, é a vontade;
experimentação, experienciação,
evolução emanando do coração.

Dentro da mente infernos e édens
reviravolteiam, entornam em dor
que se faz necessária; o sentir-se
vivo, espesso, escasso, sentir amor

pela flor, pelo pássaro, pelo cão;
trilhar o chão lamacento, louco e são,
descansar a alma em um espelho
com olhos vítreos a se esquadrinhar;

trilhar o chão e, o rebento da estrada
é o não ter final, simplesmente ir,
seguir, transpor, transubstanciar
todo o chumbo que é gravitacional.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Caminhos & Caminhos



Caminho pela chuva para molhar,
caminho pela noite para escurecer,
caminho à madrugada para despertar
e caminhar o dia até anoitecer.

Caminho pelas linhas a poetizar
meus passos de eremita sem enaltecer
as flores que transpassam esse luar,
as flores de mercúrio ao alvorecer.

Caminho pelos becos para gritar
as letras purpurinas e não esquecer
das gretas de um planeta a orbitar
dois sóis e um pirilampo a crescer.

Caminho pelas nuvens para sonhar
antes que chegue o tempo  de morrer,
caminho aonde a mente me levar
voando como um brilho a resplandecer.

Caminho da cordilheira até o mar
e volto ao meu sertão, meu querer
está a me esperar para amar
nos dias infinitos contemplar

o azul da poesia e o cantar
da voz que ricocheteia no ar
e ecoa em meu peito a fremir
ensinando-me a fazer você sorrir.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Os Rios que Deságuam em Ti



Por mais longínquos que fluam
os rios caudalosos dos meus sonhos,
minha foz é sempre em teu coração
onde sou lago límpido de mansidão

e, na minha superfície cristalina
tu navegas no barco errante do amor
que velejo nos oceanos do teu ventre
e, no teu colo veludoso eu adormeço.

Sou esfinge alada a sobrevoar mistério,
mistérios que se desvelam ao teu amor;
oh açucena sibilina que desabrochou
com pétalas macias, oh meu grande amor.

Deixe-me percorrer teus caminhos
que deixar-te-ei percorrer os meus;
nossos caminhos entrecruzados, entrelaçados
em um abraço que abraça o infinito.

Por mais longínquos que fluam
os rios porfiosos dos meus sonhos,
deságuo sempre nos teus lábios
que são rubros e doces como o sangue

que corre nos veios da mãe natureza
e, tua beleza, oh açucena, é a das flores;
flor exótica que desabrochou em mim
e perfumou e embelezou o meu jardim.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Dos Jardins Alienígenas aos Poemas Planetários



Minhas dores são de Marte,
minhas flores são de Vênus,
minhas cores de Saturno,
meus versos são planetários.

Minha senda é de Mercúrio,
meu pensamento de Plutão,
meu devaneio é de Urano,
minha poesia é coração.

Meu jardim é jupiteriano
com borboletas de Netuno,
cultivo rosas e rododendros
que crescem durante o ano.

Minhas orações alienígenas
para meus deuses siderais
são feitas em forma de poema
cantados pelos animais.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Percurso



Nossa vida contínua,
nossas quatro estações,
nossa espessa seara,
nossas mil sensações;

nosso tempo que passa,
nossa experienciação,
são fases tão necessárias
na nossa evolução.

A vida é o fio da meada
que nos carrega pra morte,
as estações são as paradas
nessa seara de transporte;

as sensações são as marcas
que o tempo deixa na mente,
experiências bizarras,
experiências contentes;

é o tempo velho ranzinza
quando dispara na frente,
vai velozmente e transpassa
levando a alma da gente;

levando os anos de ouro,
levando as folhas do outono,
levando os dias longínquos,
mas, deixando nosso tesouro

que são lembranças da infância,
sorrisos de adolescência,
as dores e a relutância,
a inanição dos prazeres;

deixando a obra poética
que foi percurso de vida
que foi de fé e foi cética
pelos percursos da lida.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Harmonia Transcendental



Prefaciei o dia que fulgia cintilante,
sumariei as flores e as cores radiantes,
poetizei os pássaros que voavam distantes,
proemiei a noite de estrelas ofuscantes;

verteu então um rio opulento e majestoso
de águas hialinas que jorravam joviais,
palavras alienígenas em cascatas fluviais
modulando a cantiga maviosa em menestréis.

Anteambulei as nuvens ebúrneas no varal,
prologuei  as mariposas revoando no sisal,
versifiquei as árvores decorando o matagal,
edifiquei o vento resvalando em temporal;

transudou então a chuva no sertão do meu quintal,
foi ária encantada com harmonia sem igual,
nasceram arco-íris no firmamento matinal
foi quando percebi meu existir transcendental.


Jonas R. Sanches
Imagem: Chana de Moura

Puro Amor



Quando amanhece eu me desfaço
na doçura do teu beijo,
no teu abraço me enlaço
e me desmancho no aconchego;

entreguei-me ao teu amor
sem ter culpa, sem ter medo,
amor que tanto faz-me bem,
paixão que é meu réquiem;

é o ardor de um poema,
é o perfume de uma flor,
é o voar de um passarinho,
é o remédio para a dor;

meu amor por ti é puro,
é candura do sentimento,
é a fruta mais suculenta
no pomar do meu pensamento.


Jonas R. Sanches

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Averiguações



Às vezes eu envido da escrita complexa
para falar das coisas corriqueiras,
outras eu manuseio letras simplórias
para falar de coisas intrincadas;

é mania formidável de versejar
sem deixar de admoestar a inspiração
que é o elã d’algum vislumbre trivial
d’onde discorro meu poema matinal.

Às vezes eu penejo sobre as flores,
concebo as cores e os olores naturais;
outras eu arengo sobre os pássaros,
com seus trinares incansáveis a trilar.

Às vezes eu disserto sobre a noite
que tem estrelas, tem mistério, tem luar;
outras eu discurso à luz do dia
que tem o verde da natureza a rebrilhar.

Às vezes eu consubstancio sobre a vida
que é ferida quando averígua o tom da dor;
outras eu sumarizo o ardor da morte
que é consorte mas nunca tarda a chegar.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Pôr do Sol e o Nosso Amor



Ainda há um ressaibo de chuva no âmbito,
as cores misturam-se nas nuvens a vagarem
pelo advento do primórdio que chega
trazendo a estrela e a noite lúrida e abstrusa;

pássaros revoam dando o rebate bucólico,
flores desabrocham com olores esporádicos
outras se recolhem guardando suas venustidades,
sento à varanda a admoestar toda imensidão;

pego em sua mão e entrecruzamos olhares,
teu olor em minhas narinas dão invídia às flores,
nosso amor então é um canto de refulgência
entoado ao lusco-fusco do remate vespertino;

enlaço-te em meu amplexo e calo a suspirar,
teu aconchego é veludoso, eu me desmancho,
nosso amor é de beleza a causar zelotipia
nos pardais que se avizinham chilreando a melodia.


Jonas R. Sanches 

Versos Sibilinos



Eloquência em versos sibilinos
extravasados à mão do menino
que inda sonha o inverossímil,
que inda caminha o inexplorável

em vias abetesgadas e labirínticas
por onde o mágico abracadábrico
deixou um rito por detrás do mito,
deixou a lépida vereda de um erudito.

Loquacidade em versos de perícia
entornados à mão da borboleta
que inda voa por jardins babilônicos,
que inda sonha suas asas de veludo

que batem tépidas em busca do efúgio
que guarda o livro de teor cabalístico
que homizia o magno de um universo,
que recopila o todo apenas em um verso.


Jonas R. Sanches
Imagem: Johan Nesk

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dos Versos Pindáricos e Aristotélicos



Do verso que nasce pindárico
e olha o mundo de modo apriorístico
em arrebol significantemente místico
com suas nuances no céu multicolorido

então a estrela, mistério da manhã;
derrama a luz em pétala orvalhada
que beija o sol que reflete nas gotas,
que escorrem tépidas refletindo a mônada.

Do verso que nasce aristotélico
e olha o mundo de modo doutrinário
em alvorada porfiosamente mágica
com seu ancenúbio que reflete nas flores

as suas cores lúdricas desorvalhadas
tão equânimes no postimar da madrugada
que deixa um rastro vívido e lustroso
no embasamento de vento suntuoso.


Jonas R. Sanches
Imagem: Grits/AP

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Veredas Infinitas



Caminhará tua vereda
mas tornarás ao pó,
enfim tua centelha
coexistirá com as estrelas

e brilhará com sóis;
e alma em seu repouso
desfrutará do gozo

aguardando o teu retorno,
tua perene insurreição
seguindo a senda do eterno,
o complemento do teu verso,

o amor diáfano transverso
que acolhe a luz universal;
então tu provará do mal,

então tu provará da dor,
tu colherá tuas searas
mas, haverá a mão que ampara,
haverá o outro coração,

haverá o colo e o regaço,
tu beberá desse regato
de sangue e ressurreição;

trilhará a vereda novamente
e tornarás a ser semente
para brotar essa ilusão,
tu será flor, cascalho e aço

e antes que estreite o laço
provará da desilusão,
então será na poesia

que raiará um novo dia
com versejar de alegria
a explanar a conclusão

do infinito do mistério,
do chão vazio do cemitério
até alcançar a imensidão.


Jonas R. Sanches
Imagem: Vincent van Gogh

Semeaduras Poéticas



Se eu plantar,
se eu semear,
vai germinar
e vai crescer,

se eu aguar,
se eu cuidar,
vai florescer,
eu vou colher;

então eu vou
plantar amor,
vou semear
com meu labor

e vou viver,
e vou sorrir,
e vou crescer
como uma flor;

eu vou brotar,
desabrochar,
vou borbotar
e perfilhar,

no meu jardim
vou vicejar
e renovar
como um jasmim,

feliz de mim
quando eu colher
o meu amor,
colher você

que é minha flor,
que amaina a dor,
com teu olor
me faz crescer,

sobreviver
só pra te ver
sorrir pra mim,
minh’açucena,

minha pequena
de amor e luz,
és o poema
qu’em mim reluz.


Jonas R. Sanches
Imagem: O Semeador - Vincent van Gogh

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Esfinge





Enterrada na areia a esfinge a guardar
os mistérios de tempos infindáveis,
olhos místicos e míticos inenarráveis,
seu extremo poder não pode-se desvendar.

Com seu corpo felino, é leão de Medeia,
sua face assombrosa é a de um faraó,
o seu templo é o que vela a sabedoria
de um tempo longínquo que já virou pó.

Guardiã dos preceitos nos portais de Tebas
foi a Esfinge temida, foi devoradora
de incertos viajantes que não respondiam
sua pergunta sucinta, seu imortal enigma.

Mas foi Édipo exato em sua resposta
então ascendeu com os deuses do Olimpo
transcendendo as práticas religiosas
e a Esfinge vencida jogou-se ao abismo.

Monumentos que guardam mistérios antigos
espalhados aos quatro cantos do mundo,
a Esfinge é o retrato de contos, de mitos;
é a águia que amealha as ciências ocultas.

Jonas R. Sanches

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Soneto de um Canto Apocalíptico



Quando olhei profundo o infinito
vi a janela do eterno escancarada,
olhar dos deuses, fábula e mito,
foi como um grito surdo à madrugada.

Havia um eco de um silêncio constrito
que percorria aquela noite enluarada,
era o martírio mavioso em meu grito
que estridulava como voz aljofrada.

Então ouvi do vácuo um harpejado
e a melodia então soou do apocalíptico,
foi voz de um anjo, o selo foi quebrado;

foi o soneto de um epílogo elíptico
por onde os deuses jazeram suas eras
então o homem esmoreceu em guerras.


Jonas R. Sanches
Imagem: Hieronymus Bosch

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Domingo Chuvoso



Domingo chuvoso
de versos aedos
e o sol em segredo
banhou-se no mar.

Poema chuvoso
de versos bardos
e o céu encantado
fez luz arco-íris.

Poeta chuvoso,
uma ode de versos
e a lua e o universo
brincando no cosmo.

Domingo chuvoso
de verso curioso
em poema ruidoso
de gotículas a cantar

a canção chuvisqueiro,
cantilena de molhaceiro,
ária de tempestade,
temporal derradeiro.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Versos Derramados



Derramo meus versos em ti
e a poesia é o meu abraço,
e a poesia é o meu afago,
e você é minha poesia de amor.

Derramo meus versos em ti
e a poesia é flor em teu jardim
que eu rego com letras carmim,
que eu semeio com meu coração.

Derramo meus versos em ti
e a poesia é o meu carinho,
e a poesia é meu desalinho,
e você é meu sonho real.

Derramo meus versos em ti
e você se derrama em meus versos,
versos derramados em nós
que desatam mil sóis e arrebóis.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Chuva Amanhecida



Amanheceu e a chuva
lavou-me a alma e a poesia
teve então versos molhados,
tão encharcados quanto eu.

Chuva abençoada da manhã
de fevereiro, trovões ribombam,
raios coriscam no céu plúmbeo
e a poesia é a sinfonia da natureza.

Chuva abençoada no jardim
de rosas, camélias e heliotrópios,
o beija-flor dança e paira no ar
e a poesia reflete gotículas de paz.

Amanheceu e a chuva
lavou-me a aura e a poesia
teve versos grandiloquentes,
tão altissonantes quanto o trovão.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Poema Primordial



Para que a poesia seja primordial
tem que haver o amor entre o bem e o mal
e alguns fantasmas vagando pela noite
junto aos cães que ladram à lua cheia;

tem que haver nuvens pesadas e chuva
de verão, com relâmpago e trovão
e na enxurrada que carrega a palavra
um passeio em um barquinho de papel;

tem que haver fadas encantadas
com asas roubadas de borboletas
e arlequins e pierrôs e colombinas
em uma passarela na varanda do quintal;

tem que haver um jardim de sonhos
coloridos, cores diáfanas de um beija-flor
e flores, muitas flores de pétalas azuis
e amarelas e vermelhas e transparentes;

tudo misturado dentro de uma mente
intermitente, que observa a gente;
semente com pensamento de poeta
que lança ao léu o véu da imaginação.


Jonas R. Sanches
Imagem: Salvador Dali

A Voz Lírica do Poema



O que fala em poesia
nem sempre é o sentimento
nem o momento e o pensamento

e sim, o eu lírico
que poeta incessantemente,
imensuravelmente,

indubitavelmente,
eloquente,
desmesuradamente,

raciocínio e mente
paradoxalmente,
então nasce o verso,

nasce a estrofe,
nasce o poema
que é o emblema de mim.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Poesia Emblemática de um Despertar



A poesia despertou emblemática
trazendo o sol com fulgor e mágica
e a flor noturna resguardou-se ao dia,
e a flor diurna abriu-se em alegria;

e o jardim foi verso, prosa, nostalgia,
foi senil borboleta de asas violetas
que esvoaçavam em pensamento, o vento;
que dispersava pólen e pétala, rebento.

A poesia amanheceu metafórica
trazendo a luz iridescente em retórica
da natureza, oração e canção teórica
predisposta em estrofes líricas;

reescritas em linhas pictóricas,
cores vastas d’alguma aquarela
retratando horizontes sarapintados
de mil camelos na agulha transpassados.

A poesia despertou e o poeta
devaneou inda em estado letárgico,
revoou pelo céu como pássaro
a trinar poemas e melodias;

partituras discretas e vislumbres
d’outras asas que se estendem vivas
revoando em píncaros veneráveis
que imóveis rememoram a paz.


Jonas R. Sanches
Imagem: Vladimir Kush

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Poema de um Rosicler Apaixonado



Poente o sol deixou a lua anoitecer
e ela veio prateando meu sertão,
e ela veio acompanhada de estrelas
para eu roubar uma para o teu coração;

que bate intenso quando chego em você,
que bate forte quando pego em tua mão,
que bate teso quando beijo os teus lábios,
que bate ardente quando eu venho a sua mente.

Poente o sol deixou um céu mirífico
com cores estonteantes, aquarela divina;
um arrebol prodigioso para minha menina
que abanca junto ao meu poema lírico;

então lobrigamos nosso amor dentro do olhar,
então entrevemos nosso amor no passarinho
que garganteia um trinar meigo melodioso;
então é o nosso rosicler régio, áureo e amoroso.


Jonas R. Sanches

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

No Leito da Campa



No leito da campa estava oculto
o mistério e quatro pedras, fundação;
o simbolismo foi disposto em sonho
tão claramente, à luz da revelação.

No leito da campa o mecanismo
foi desvelado demonstrando à conclusão;
desceu a rosa e o crucifixo flamejante
foi o alicerce, à luz da renovação.

No leito da campa em sete véus
foi escondido ao vulgo a senda pura;
foi feito ao meu caminho o coração
caminhante trilhando à iniciação.

No leito da campa a mão do mestre
reveste à luz do sol e o sol do éter;
diáfano o espírito se reveste
à luz íntegra que refaz sabedoria.

No leito da campa a alma descansa
da pedregosa peregrinação;
distorce à luz aos olhos onde alcança
em busca do arcano que livra da escuridão.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ventos Poéticos



Os ventos continuam a soprar,
levam pétalas e olores em seu ventre,
carregam pensamentos e poesias,
por ondem passam, levam pranto e alegria.

Os ventos beijaram-me a face,
brisa fresca em sóis de Saturno,
árvores alienígenas na minha varanda
sombreando os devaneios vespertinos.

Os ventos continuam a ventar,
ventam e carregam sonhos e nostalgias,
varrem para bem longe alegorias
de versos insensatos sobre o lar.

Os ventos lavaram-me o rosto,
folhas secas de outonos de outrora,
redemoinhos viravolteiam pela mente
desconectando meus colapsos neurais.

Os ventos continuam a voar,
voos noturnos e diuturnos a ventar,
voos lunáticos por entre vias siderais
por onde ando sem sapatos com minha paz.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Entre Sóis e Planetas os Mistérios da Vida



Entre sóis e planetas distantes
a vida é o mistério constante,
a centelha primeva da estrela
explodindo, expandindo em evolução.

Jovens deuses em desenvolvimento,
a vida em rebento eclodindo
em jardins de infinitos pensamentos
que germinam em flores do tempo.

Entre sóis e planetas um cometa
viaja e com ele o gérmen vital,
semeando a semente universal;
água e pedra, fogo e terra, animal.

Jovens homens aprendendo segredos,
desapego dos medos, das revelações,
e o poeta divaga distante, obstante;
na busca profunda do seu coração.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Palavras & Palavras



Indissolúveis momentos silenciosos
onde a voz que clama é a do coração,
indicando-nos a grandeza pessoal,
mostrando-nos a força em cada um.

A alma não se apequena ante os problemas
mas, sim, agiganta-se em sua resiliência,
explanando-nos caminhos verossímeis,
mostrando-nos a porta correta a adentrar.

Declaro e asseguro que a dor fortaleceu-me
mas, evito à dor ao meu semelhante, ao alheio,
meço as palavras muitas vezes para poupar
a dor àqueles que podem ser meus inimigos.

Uso do dom da palavra em poesia e oração
mas, se às vezes são duras palavras; peço perdão,
simples e puramente são ofícios da inspiração
que por vezes é a pura alegria, outras não.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google