domingo, 30 de novembro de 2014

Soneto do Verso Melancólico



Do verso melancólico à elegia
que se transmuta à flor da perfeição
de um jardim isento de demagogia,
somente a busca d’alguma sensação.

Do verso melancólico a cor da lágrima
que se transmuta em brilho de alegria
na face de uma alma cândida libérrima
que esvoaça firmamento de alegoria.

Do verso melancólico o soneto
retumbante em emoção transcrita
que flamula em avidez que grita

com a voz de um estridular perfeito
sem limite, resplandecendo  trejeito
dessa lida que a morte não limita.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Sublime Crepúsculo



Sublime o meu crepúsculo
com teor de aurora atemporal
tão vívida como o ardor da eternidade,
tão poética como a infinita idade
de sonhos extáticos, extraordinários;
de sonhos entre versos, entrelinhas.

Meus alvitres, meu alforje de palavras
delineando o limiar dos devaneios
que são fragmentos de diamantes  d’outrora
por onde os rios corriam caudalosos
carregando nas águas todas as tristezas,
lavando a alma, força formidável da natureza.

Pitoresca a divina tela do sol
inspirando filósofos, eruditos, poetas;
pigmentos audaciosos do arrebol
por onde migraram as aves da liberdade,
de nadires e zênites, de vizires intransponíveis
onde eu guardei as riquezas do meu querer.

Sublime o meu crepúsculo,
sucinta a sensação,
o beijo é doce quando tem amor;
nossos beijos são açucarados
pois, nosso amor é real, tão real
que o transcrevo límpido em poesias.


Jonas R. Sanches
Imagem: Paul Nicklen/National Geographic

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Universo em Súplicas e Devaneios



Pluridiversificação poética
e é a verve anímica eclética
transparecida na calada noturna;
resplandecida nua na voz diuturna.

O poeta floresceu à luz diáfana
embelezando a pétala de Bhaskara;
nos jardins versificações matemáticas
germinam entre orvalhos e ponderações.

Transcendentalização angélica
e é a verve da visão psicodélica
multicolorida na hora crepuscular;
enternecida na busca do explanar.

O poeta se decompôs junto ao corpo,
eternizou-se somente após ser morto;
embriagou-se de uma inlucidez plasmática
e sua translucidez foi d’alma emblemática.

Transubstanciação apoteótica
e é a verve de sensações aristotélicas;
nas linhas todo sentimento é vislumbre
que nas interpretações vãs sucumbem.

O poeta ressuscitou em uma estrofe,
transfigurou-se em enlevação e caos;
o universo resumiu-se no verso final
onde microcosmo e macrocosmo foram um.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Na Força da Letra



Na letra ocultei o vento
e a árvore e o pássaro azul,
na letra algures o momento
e o rebento violento do coração.

Na letra a célula e o planeta
e o macro e o micro e o cosmo,
na letra o hermético elemento
e o tormento dissolvido em lágrimas.

Na letra o princípio e o final
e o meio entremeio às flores,
na letra o iniciático punhal
e os segredos velados do bem e do mal.

Na letra púrpura um verso magenta
e a cor escarlate é o sangue da rima,
na letra é o poeta e sua matéria prima
e a essência de tudo se funde no nada.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A Dança do Gotejar Noturno e o Céu Molhado do Nosso Amor



No céu noturno um negror melancólico
e a chuva que respinga é o som vazio,
nostalgia reverbera em céu sem estrela
enquanto a lua é a luz prateada em obducto.

No céu noturno a lembrança d’outra vida
e a chuva que respinga é fonte, insensatez;
e a tijuca que ribomba em som de trovão
traz de volta a alma escassa, assombração.

No céu noturno o plúmbeo firmamento
e a chuva que respinga é minh’oração,
poesia titubeia no parapeito da janela
intercalando o verbo do amor e a sensação.

No céu noturno o relampejo e o corisco
e a chuva reflete um brilho desofuscado,
o verso segue o gotejar crasso intermitente
volitando em adejar límpido da minha mente.

No céu noturno o véu soturno apaixonado
e a chuva é a veste que umedece nosso amor,
o gotejar é a música dos corações apaixonados;
corações embriagados nessa dança de nós dois.


Jonas R. Sanches
Imagem: Zachary Johnson

domingo, 23 de novembro de 2014

Dança da Morte



Era a morte que bailava sob a noite
como a donzela ceifadora inefável,
trazia a foice e as lembranças de um olhar
em seu cavalo de fogo eterno a cavalgar.

Dançou no baile da infinidade sua canção
e nos acordes levou o velho por sua mão,
e no compasso levou o jovem e o coração,
levou o pai, levou a mãe, levou o irmão.

Dança da morte, essa consorte libertação
e o corpo denso desfez-se pútrido no chão
e, a lágrima brotou em sal, regou a flor
que germinou em um amplo jardim sem cor.

Dança da morte, baile funesto, olhar sem brilho;
e o homem que padeceu engendrou saudade
e, a morte partiu sorrindo, no limbo a idade
do beijo seco, do ósculo amargo da eternidade.


Jonas R. Sanches
Imagem: Gustave Moreau

sábado, 22 de novembro de 2014

Flor de Mandacaru



No abraço feriu-me em teus espinhos
mas, na candura de tua flor noturna
enlevou-me aos sonhos místicos
viajei então pelos teus sertões infinitos siderais.

Flor cândida de brancura leitosa
que floresceu às estrelas intensamente;
foi flor poética, vertigem da mente,
flor de mandacaru perfumando o horizonte.

No abraço feriu-me em teus espinhos
mas, não era rosa rubra, não foi por querer;
feriu-me e devaneou junto a mim
pelas noites de luar prateado enluarado.

Flor dos sonhos, brugmânsia do sertão;
sertão infindável de olores perfumantes,
cacto verde-amarelo cor do meu olhar
tão brasileiro, poeta em devaneio aureolar.

No abraço feriu-me em teus espinhos
mas, do sangue eis que brotou inspiração,
broto lhano que medra nesse sertão;
alucinação, sonho de flor de mandacaru.


Jonas R. Sanches

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Quando o Dia Acorda em Poesia



Adoro quando acordo em poesia
e as pálpebras pesadas de versos
miram semicerradas e de soslaio
os pensamentos que escapam de mim

e viravolteiam pela alcova colorida
poetizando o devaneio matutino
que nasce ao canto sabiático na janela,
que nasce do amor que tenho por ela.

Adoro quando acordo versejando
e no jardim beija-flores estridulando
e, as flores com abelhas pitorescas
enfeitam o amanhecer com suas belezas

e o sentimento é pureza e bucolismo
que então desperta a emoção e o lirismo
então no verso o amor derrama alegria;
verso tranquilo iluminando o meu dia.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Pensamentos Heliotrópicos



Transição anímica hominal,
transmutação poética alquímica,
evolução sintática pragmática
em momentos destros rítmicos.

A poesia então é simples poesia
transubstanciada em doiro verso
paradoxal; antítese cerebral
entre minha fuligem neural.

A poesia é sempre a poesia
e há emaranhados espasmódicos
entrelaçando os versos módicos
e o pensamento é o vento plural.

Poesias transistoradas ou valvuladas
reverberantes em recitais uivantes;
alcateias lúdicas de lobisomens,
assembleias rústicas de retirantes.

Retiro a flor do caule e planto-a no verso
e, a estrofe parecer-lhe-á o meu jardim;
aos olhos do mundo simples arranjos azuis
aos meus as cores floríferas dos heliotrópios.

Transição arcádica substancial,
transmutação lírica pseudo-floral,
transubstanciação supra espacial
do poema, da poesia, do devaneio.

E há na esquina das sereias
 pensamentos heliotrópicos...


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Iridescente



Deixo a noite adornar-me de estrelas
cadentes, caio do céu e sou cometa
fulgurante, iridescente, meu brilho
ofusca o seu olhar, sou sol radiante,
meu semblante é meu afiado punhal,
me desfaço do que é mal, não vale a pena
desgastar-me, morro e ressuscito
em cada verso meu, minha cova é profunda
mas meu túmulo tem rumores e flores,
minha senda é pedregosa, mas...
Tenho o amor ao meu lado e isso é suficiente.


Jonas R. Sanches
Imagem: Cometa Halle Bopp

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Das Poesias Ritualísticas



Do meu turíbulo incandescente
eis a mágica doce d’alguns olores,
parecem lágrimas, algures flores
e o meu incenso é elemental.

Da estrela cósmica flamejante
eis a mágica vasta do meu punhal,
sangrando os sonho, singrando a carne
e o meu despertar é um ritual.

Do leste o sol magnificente
e a mágica agora é a de outrora,
meu ar de sílfides, voando silfos
e o meu elemento agora é o ar.

Do oeste o sol deitando horizonte
e a mágica é a luz misturada em cores,
chuva de ondinas, dança das ninfas
e em rios e lagos vou me banhar.

Do sul a imagem constelacionada
e a mágica é a faca em face o nadir,
dragões fulgentes, mães salamandras
e em fogo brando eu quero bramir.

Do norte a morte e a estrela guia
e a mágica é o céu límpido e zênite,
elfos, gnomos, ouro e duendes
e os meus pés galgam minha terra.

Da alma a aura sublime ressuscitada
cantam feitiços mágicos de proteção,
anjos e arcanjos entoam em revoada
a música eterna e sempiterna do coração.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Tranquila Loucura



Em minha tranquilidade enlouqueço
mas, minha insanidade é coerente
como o rio de águas transparentes
que corre às vezes veloz... Outras tranquilamente.

Em minha mente a loucura é a semente
e a poesia brota plenamente, em mim.
Pobre de mim, insano poeta eloquente
que já morreu, mas vive em letra carmim

de sangue; do sangue salgado da lágrima
e, a alma embebida na insistente loucura
se afaga a si, entremeio ao grito do arrebol;
ai de mim! Dissolvido em plenas cores loucas,

tresloucado dos píncaros dos vizires
insalubres, que protegem os risos do sol;
sol que fulgura anímico em meus sonhos
loucos... Loucos sonhos... Ai de mim! Calado...

Em minha insanidade o vislumbre real
do verso que afaga o sono em noites de umbral
por onde caminho com caneta e sorriso pálido;
ai de mim! Se eu morrer em um poema fatal...


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Da Janela do Universo Meus Versos Extraviados



Debrucei-me sob o parapeito da janela do universo
contemplei um céu negro, profundo e controverso;
discorri sobre a criação engajada em algum verso
e o nexo transcendental foi a estrela de brilho inverso
longínqua em seu firmamento vasto e disperso.

Sorrateiro e diuturno ou noturno ali deixei-me
em vislumbres de visões em sensações deleitei-me;
discorri sobre o que vi e na poesia encontrei-me
mas, a vida estava ali e em meditação mergulhei-me
e no verso então vivi e a morte transmutou-me.

Poetei, versifiquei, ressuscitei e esmoreci,
na janela do universo discorri sobre o que vi
e, imerso em meu momento pelo verso ressurgi
com rimas extraviadas com o sol eu renasci
então junto aos pássaros, cantei e sobrevivi.


Jonas R. Sanches
Imagem: Burning Liquid

sábado, 15 de novembro de 2014

Sobre os Pássaros e Sobre os Poetas



Há pássaros que cantam para a noite,
há pássaros que cantam para o dia,
há pássaros que voam em meus pensamentos,
há pássaros que cantam minhas poesias;

e, as poesias reverberam pelos longos anos
e, os poetas cantam com os pássaros
e, as poesias voam com os pássaros
noturnos, soturnos, diuturnos, e o som

ecoa pelas estrofes de pássaros e poetas.
Há pássaros que migram em poemas,
há pássaros que internam-se nos ninhos,
há pássaros que roubam todas as cores

e as carregam pelos campos e sertões,
e as imprimem pelos vastos corações
que titubeiam ante o canto apaixonado,
que se estremecem ante o canto das orações.

Há pássaros e há poetas em devaneios
que se enlevam em píncaros transcendentais;
eu sou apenas um poeta em revoada,
eu sou um pássaro que o tempo deixou para trás.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

De um Sonho Poético



Sonho com a poesia
e acordo no meio do verso;
a noite atravessa transversa
e a lua entremeio as estrelas
entrevadas no olhar curioso
do curiango, da coruja, do corvo.

Sonho com o verso
e acordo no meio da poesia;
a noite transpassa no tempo
e o vento assovia o momento
que para e cala à calada da noite
do trovador, da paixão, do amor.

Sonho com um sonho dentro do sonho
e acordo sonhando desperto;
a noite é o aconchego dos teus braços
e o teu abraço é o afago notívago
que acolhe todos os meus devaneios
poéticos, ascéticos, filosóficos.

Sonho com a poesia e o verso
e acordo em céus de fantasia;
extravio algures alguns pensamentos
e o semblante é de olhar contemplativo
que vislumbra notórios oníricos
cataclísmicos, apoteóticos, apocalípticos.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Vezes e Vezes



Às vezes sou somente a poesia
outras sou vento, sou grito, sou mito;
às vezes sou somente a elegia
outras sou emoção, sentimento de alegria.

Às vezes não sou, não sei, não fui
outras renasci das cinzas do vulcão
e o verso é aquilo que ele é;
devaneio, cosmogenese, criação.

Às vezes sou a sombra do elemento
outras sou o elemento em transição,
às vezes sou somente o complemento
d’algum livro, livre à interiorização.

Às vezes sou o tempo que é depressa
outras sou a voz da lentidão;
às vezes, muitas vezes, infinitas
existência dissolvida em sensação.

Às vezes eu não sou nem sol nem lua,
sou alma pura, cor do cheiro da visão;
às vezes sou um poeta inexistente
que comumente engole os sonhos e a razão.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Soneto em Branco e Preto



D’algum verso que nasce um soneto
mesmo que seja algures branco e preto
ou eu prometo um verso colorido,
ou algum pássaro canoro e alarido.

D’algum verso que nasce outro poeta
mesmo que seja em berço de asceta
ou da promessa d’outra cor no verso,
ou o avesso d’um espelho transverso.

D’algum regresso d’outro filho pródigo
trazendo sonhos em um alforje índigo,
realizados pelo caminho áspero,

reconquistados pelo gesto austero;
e a recompensa é o gosto da alegria
que versifica a lírica d’outro dia.


Jonas R. Sanches
Imagem: Vivaldi

Sobre um Pequeno Menino de Alma Gigante



Tem gente que nasce com alma gigante,
menino que traça as linhas da mente,
tem gente que vem com a faca nos dentes
trazendo nas mãos a receita da arte.

Menino sapeca de mente aguçada
desenhando gente, fluindo contente
caminhos de linhas, desenhos prudentes
um jovem prodígio de mãos abençoadas.

É anjo ou menino, é Ângelo, é Hector;
desenho fluindo, pensamento desperto
que jorra ideias, suas inspirações
que chegam colorindo todos os corações.

Tem gente que nasce com a alma e desenho
na ponta do lápis, no gesto de empenho,
e as portas da vida se abrem a ele,
e ele abre as portas infinitas da mente.

Tem gente que nasce com luz e coragem,
tem gente que é gente, gente de verdade;
tem gente que desenha a gente; engraçado,
tem alma que é grande, que não tem idade.


Jonas R. Sanches

Dedico esta poesia a um menino que já nasceu fazendo arte, e arte de verdade, um menino abençoado que trouxe para este mundo uma alma gigante dentro de si, esse menino é Hector Ângelo, um desenhista e escritor da cidade de Goiânia. O desenho que ilustra a poesia acima é um presente que eu e minha namorada Ely recebemos dele, obrigado Hector e que Deus continue abençoando suas mãos e sua vida!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Olhares Vítreos da Impressão dos Pássaros



O olhar vítreo curiangou pela noite,
buscou no firmamento uma estrela
que morreu a dez mil anos,
que deixou a esmo sua luz a cintilar.

O olhar vítreo condoreou livre,
buscou sibilos de uma velha sensação
que esmoreceu no verso pálido,
que deixou um arrepio a vaguear.

O olhar vítreo corujeou pelos tempos,
buscou no âmago novo conhecimento
que plurissignificou entendimento,
que deixou a dúvida n’outro lugar.

O olhar vítreo beijafloreou pelo jardim,
buscou abrigo nas pétalas de cetim
que guardavam o néctar de mim,
que deixavam as cores a multicolorir.

O olhar vítreo passareou no entardecer,
buscou o crepúsculo em telas divinas
que diversificavam todas as emoções,
que retratavam a natureza e sua perfeição.


Jonas R. Sanches
Imagem: Salvador Dali

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Meus Cem Anos de Devaneios



Eu já não tenho mais cem anos,
eu adormeço em uma nuvem,
as borboletas fazem planos
de darem asas as vertigens.

Eu já não vivo dentro dos espelhos,
eu voo em céus de purpurina,
as águias morrem nas montanhas,
as almas planam como lamparinas.

Eu já não canto o canto apoteótico,
eu amanheço em sol de diamante,
os devaneios engolem barcos
que navegaram em outros sonhos.

Eu já não sou de letras destras,
eu pinto as noites de aquarela,
a lua vigia o amor das estrelas
que dançam dentro dos olhos dela.

Eu já não morro em uma prosa,
eu reverbero em uma poesia,
o mar tem ondas cor-de-rosa
que banham as flores da matilha.

Eu já não uso mais relógios,
eu derramo o cálice de vinho,
o candelabro é lume bruxuleante,
eu recomeço aquilo que foi antes.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

Paradoxo das Paixões



Vastas as linguagens do amor,
poesias, prosas, gestos, ardor;
e o que ama deslumbra-se ardil
e a amada recatada sucumbiu
aos cantares e ninares do cancioneiro
e aos versos e cantigas do trovador
ficou então ao invés da dor uma paixão
que avassala e despetala o coração.

Vastas as dores insípidas da solidão;
paradoxo, antítese de tesão
e, o platonismo sem mais lirismo esmorece
enquanto a alma desossada enlouquece
àquelas mágoas vívidas da morte em vão,
àquelas mortes inodoras da podridão
do corpo inerte, imóvel, em um caixão
à luz da campa, flores que murcham, inanição.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

domingo, 2 de novembro de 2014

Àqueles que Partiram



Vocês partiram, mas ficou o amor
nas lembranças e até na flor
que plantaram e floriu pelos dias,
o que resta de vós é a nostalgia...

Vocês partiram, mas ficou o amor
e a saudade do pai, da avó e do avô,
ficaram gravados em uma poesia
que escrevi em homenagem às vossas vidas...

Estejam com Deus, entre anjos do céu,
pois, estarão sempre no meu coração
e nos versos que clamo essa saudade,
uma faca que aflige com o passar da idade.

Estejam com Deus, com as almas guardadas
entre os braços e abraços do Cristo Jesus
que refrigera e ampara os espíritos de luz
e resgata ao seu peito os que em trevas estão.

Vocês partiram, mas deixaram um pouco de vós
pela casa ou na brasa do amor flamejante;
recebam minha homenagem desse lugar distante
que é tão próximo quando revivem em mim.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

sábado, 1 de novembro de 2014

Indriso da Metamorfose das Borboletas



Crisálida, metamorfose, borboleta;
jardins, transubstanciação do planeta,
retóricas metafóricas, ambiguidade,

poesia, poema, poético, pluralidade
de pensamentos viris extraviados,
de momentos profundos inacabados.

Voo incerto, cores intumescidas;

borboletas, liberdade, margaridas


Jonas R. Sanches
Imagem: Google