quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Poetas Eternos

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Poetas eternos que nascem e morrem no verso
olhando o espaço e o desembaraço da lua,
contando seus passos na letra despida da rua,
regando o regaço da deusa que tornou-se musa.

Poetas eternos de invernos sombrios, primaveras
de flores e cores, crepúsculos entardecidos,
de sol despedido emergindo na noite infinita,
de estrela cadente e a mente eloquente da lida.

Poetas eternos viventes em páginas de um arrebol
pintando com as letras as formas incertas do mel,
borrando o batom vermelho da dama que não é sua,
uivando descaradamente na noite fria e tão nua.

Poetas eternos de invernos sombrios, primaveras
de mortes e vidas, de pétalas rubras da guerra
que explode e sacode no peito o bem e mal interior,
que invade as entranhas do ser matando-o de amor.

Poetas eternos que cantam em vozes e gritos surdos
entoando a canção do coração até os ouvidos do mundo,
harpejando as liras tranquilas de um céu infernal
que transmuta essa letra em tesouro emocional.

Poetas eternos de invernos sombrios, primaveras
que por eras semeia na areia a rima que o mar levou
com a onda que veio trazendo aquilo que ficou
esquecido ao relento no pensamento que amou.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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