quinta-feira, 19 de junho de 2014

Inóspitas Retóricas de um Mar sem Poseidon

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Poseidon afogado em mares fragilizados
e saxofones em solos de alguns martírios,
minha poeticidade vem nas manhãs de junho
e nas festas de Juno novas guerras vãs.

Cataclismos poéticos colhidos nas campas
e pelas casas dos poetas mortos, cruzes;
crucifixos pendem nos pescoços atrozes
de falsos deuses com seus olhos e algozes.

Um blues jazzístico ecoa pelos pensamentos,
alternativas visionárias de um calabouço vazio
por onde os sons dos gritos escorreram outrora
e agora é só essa recordação deveras sem nexo.

Camélias circundam jardins circuncidados
por outras religiões, não àquela das flores;
regiões inóspitas esquadrinhadas nas madrugadas
por onde minh’alma caminha sombria e só.

Poseidon ressuscitado e um estandarte azul
flamula em uma proa repleta de ninfas e sereias,
minha poeticidade vem nas manhãs de junho
e meus anseios pueris partiram com as ondas do mar.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google 

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