segunda-feira, 2 de junho de 2014

Estratificações de uma Alma em Silêncio Absurdo

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Nesse sopro indelével da noite
meu espírito vaga distante
bem pra lá de qualquer horizonte
e a viajem é nó de explicação;

é viajem ou viagem, escolhas a esmo,
pois deveras guardar seu segredo
ou o medo abstrato insensato
que desliza do porta-retratos;

mas é nato do verso a esperança
que desvenda algures a lembrança
esquecida de outrora perdida
entre seus impropérios anexos

nessa carta de expurgos e nexos
desgastada por ventos silvestres
que retrata a morte nos agrestes
ou a fome infinita dos homens

que vagueiam sem bússola ou sonhos
nestes vastos jardins tão medonhos,
nessa busca por um sorriso irrisório
que despede-se no algoz do velório.

Nesse sopro incontido da foice
vejo a noite em vários transeuntes
que sem rumo são os mesmos de antes,
e na boca calada o silêncio e um cuspe.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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