quarta-feira, 25 de junho de 2014

De um Cálice de Cores Astrais

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Enquanto a matilha passa
conversando em línguas estranhas
eu me derreto ao sol
com meu caderno de anotações

e meus olhos secos
se alimentam de cores astrais
enquanto na fresta do mundo
transeuntes caminham solitários

e mesmo que os olhares se cruzam
eu continuo lendo um Baudelaire
em frente a uma tela de Dali
de onde pululam formas decadentes

de animais estuporados de calor
e na próxima visão
eu enxergo um novo som
que Gilmour compôs alucinado

degustando um cálice de estrelas
e alguns tônicos siderais
que eu bebi outrora em um ritual
junto aos índios bruxos de Sonora.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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