quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Vozes e Versos Silentes de uma Manhã de Agosto

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Ouço o mundo e vozes na minha mente
que ziguezagueiam entre as estrelas
que bebi naquele banquete sideral
e nas esquinas os esquifes estão vazios.

Ouço uma gaita assoviar um blues antigo
que viravolteia lembranças e boemias
por onde meus olhos buscavam sonhos
e nas sarjetas partituras de Led Zeppelin.

Ouço vozes gritantes na beira do abismo
e elas cantam canções há tempos esquecidas
por onde sustenidos e bemóis entrelaçados
dançam festins como eu e você.

Reboliços de sons ecoam nas paredes cerebrais
e meus neurônios são curtos circuitos bifásicos
em harmonias celestiais compostas antigamente
no ventre d’onde nasceu a última pitonisa.

São alguns rabiscos copiando a música de mim
que retumbam pelas curvas das vias temporais
mas, o tempo que eu me lembro já é passado
mas, o vento que eu comando é sopro gelado;

então encosto minhas costelas magras na poltrona
e desligo a televisão, desligo o sol e o som,
para poder olvidar todas as angústias silentes
que insistem em deturpar meus versos avessos.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Magritte - La meditation

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