quarta-feira, 3 de julho de 2013

Da Reclusão da Alma na Carne e no Pecado

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Recluso entre letras incandescentes;
crepitando na chama resplandecente
de uma poesia iridescente como o sol
que queima no peito sob a luz translúcida do arrebol,

que é a pura mistura das cores e inspirações
convalescentes de um mal nesses corações
que apaixonados adoeceram em nostalgia,
que já não pulsam com a vivacidade de outros dias.

Recluso às linhas de um caderno farpado e velho;
revigorando em versos as trilhas de um ancião
que ressurge em alma entre uma e outra vida
e, compreende as lutas nessa sublime resignação,

que é sofrimento e de tão ávido já é contento
nessa penumbra que vem do olhar tão resiliente
que comumente as lidas tão vãs e arbitrárias e vividas
e, de toda a superação o aprendizado faz-se real.

Recluso a alcova sem que me mova de algum lugar;
buscando em si mesmo os paradigmas desse luar
que tão prateado inspira até o mais algoz momento
que pela madrugada liberta o espírito do corpo denso

que é tão grosseiro e tão ligado a essa enfermidade
que prende os sonhos, que finca os pés na irrealidade
de todas as buscas pelos caminhos de uma verdade;
que se ocultou a tempos nos pergaminhos dos onze sábios.

Recluso à mística tão intrínseca da eternidade
recordo as parábolas que então repletas de inverdades
encobrem ao vulgo toda pureza dentro as metáforas
que entrelinhas revelam algo entre a transcendência e a mácula;

e na metonímia da magia viva por entre todas as estrofes
o sábio cala e intercala os anseios e os devaneios
e, sua vontade sobrepõem-se a idade de todas as eras
e, a sua lenda pessoal é como um retrato do caos das guerras.

Recluso ao corpo segue absorto esse raciocínio
e, o inconsciente já está ciente dos seus pecados
inenarráveis e tão palpáveis nessas visões
que povoam meus dias, que incitam minhas contemplações.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: The Soul by Mrs Graves

3 comentários:

  1. Bom dia!

    Parabéns pelo trabalho expressivo.

    Abraços
    Sinval

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  2. Caro Jonas
    Os seus poemas obrigam o leitor a uma completa atenção.Temos de seguir verso a verso,estrofe a estrofe,para o compreendermos.«Recluso(...)crepitando na chama de uma poesia(...)como o sol»;A paixão torna-nos prisioneiros de nós mesmos. Parabéns pela sua vasta cultura,que lhe permite fazer desta poesia!
    Continuação de uma boa semana.
    Um abraço da
    Beatriz

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