sábado, 13 de abril de 2013

Das Guitarras até os Auspícios das Minhas Loucuras

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Em sons regurgitados das guitarras
elétricas e adeptas de um blues
enterro minhas carcaças de cigarras
que cantaram e morreram bem depois

dos cadáveres putrefatos dos fatos
corriqueiros entre mil sóis em devaneios
e a cuia onde eu bebi de sangue quente
já fez coagular os meus escrúpulos.

Tão boa seria a voz de Deus acústica
cantada em partituras extrovertidas
refazendo mortes e ceifando vidas
em cálidos vulcões tão adormecidos,

mas Ele já não fala com os homens
e aqui e ali só deixou a desordem
de mil assassinatos entre as orgias
que vejo nas televisões vadias.

Cansado e entrecortado pelo caustico
suor que rasga face a luz da lida
que sóbrio vou trilhando na berlinda
no aguardo de um apocalipse inexistente

que faz tremer e faz endoidecer a gente
que se apega e já não prega pregos nas cruzes
somente um par de estrelas onde reluzem
as fossas tão desfocadas do amor perdido.

E nas esquinas das amarguras um ébrio destino
corrosivo como as chuva pálidas de Netuno
aonde eu adormeço e esqueço o prumo
de todos os alicerces desconstruídos,

e a face já desgastada daquele velho menino
me olha e observa minha insensatez
e no dia do revertério pira de vez
tentando me compreender em analogias.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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