sábado, 16 de fevereiro de 2013

Semeadura das Flores de Sangue

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Guardados os dias passageiros
e as viagens se iniciam a esmo
cortando estradas e encruzilhadas
que se apresentam no amanhecer.

Lógicas tão repletas e ilógicas
que eu não aproveito as horas
e os minutos são vendidos nos leilões
e o lance maior é de uma eternidade.

É o caos propriamente dito e instalado
entrelinhas de um poema quase poético
mas falta uma alma avulsa e sem pecados,
tão longínqua as minhas possibilidades.

Detrás da porta existe outra porta
e a tranca é de sete chaves, Sete Tumbas;
e as vestes são de Tranca-Ruas e Exus
e a oferenda veio do âmago de mim.

Derramo as estrelas em explosões
e é tão acústico que cantam anjos
e é lírico como as letras de Davi
que em sua harpa afagava o rei temeroso.

Vou colher sóis pelas manhãs de outono
e espalharei sobre as ladeiras o meu sangue
tão doce que será um banquete de beija-flores
e as semeaduras serão flores do meu coração.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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