quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Limbo Cotidiano

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Desgastes naturais
e minhas pernas cansam
de galgar degraus
e não chegar

e não há parada
somente solas de sapatos
rústicos demais
e não há asas

somente Ícaro no funeral
de cera
de choro
de lugar nenhum

ou de todas as esquinas,
e há murmúrios
e há crítica
mas, sem sequelas

e sem chapéu ao sol
e sem guarda-chuvas
mas, contínuos trovões
nascidos dos relampejos

ou do ventre do céu
que pariu historias
e pariu outro céu
sem estrelas

sem pássaros
sem paraísos...
Já não há infernos
nem há mais o purgatório

somente um sorriso
no limbo cotidiano;
e almas desgastadas
de sofrerem tão sós.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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