quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Foi Como Ventania essa Nostalgia

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Deixei o vento ir distante
e carregar as folhas e as letras
com olências de pétalas e relvas
e as saudades ficaram nas raízes.

E o tempo ao relento cansou de passar,
e a falta de abelhas nas flores do amor
ficaram sepultadas junto aos romancistas
e nas trovas legados de impossíveis paixões.

Deixei que as águas lavassem meu rosto
e as mazelas se desfizeram nos regatos
regados a sangue e os peixes eram flechas
mortíferas esperando a guerra do último verão.

E o tempo correu cascatas e ao mar
dos conflitos, tão só navegou a deriva
e as vidas passaram depressa qual ósculo tardio
que meus olhos não viram quando você partiu.

Deixasse que fosse a cavalos alados
e o som dos relinches cantariam a sua morte
mas, se foi e tão viva olhou para trás e sorriu
um sorriso discreto que acolhi no âmago de mim.

E o tempo que a muito voo como sopro, voltou
trazendo nostalgias vadias que assolam entre trevas
mas, se desfazem nas rezas noturnas quase tão soturnas
e um grito ecoa sozinho na encruzilhada do amanhecer.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Van Gogh

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