domingo, 30 de dezembro de 2012

Quase Agora e um Pouco Antes




Eu calo minhas vidências
pois, o silêncio é necessário;
meu sono é picado pelo susto
e o fado da alma é complexo.

Eu tento adormecer de novo
mas, sou insônia doentia
como um cadáver é meu olhar
e as pestanas quase estalam.

Eu levanto só pela poesia
e escrevo sincero o incômodo
que enaltece essa impaciência
e me ricocheteia pelo ínfimo.

Ah, se fossem somente letras
mas, tem coração e alma
e tem eu inteiro em cada linha
e tem muito a ser interpretado.

E quase agora eu quase bocejei meus sonhos...

Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Minhas Horas na Noite dos Dias




Eu sofro por calar
e sofro por amar
mas sorrio por viver
e sorrio por morrer
todas as horas
todas as noites
todos os dias.

E quem sabe o amanhã seja ameno
ou seja um beijo com desejo
limpando da alma essa melancolia
que se arrasta e me arrasta à agonia.

Eu voo pelas nuvens
buscando a alegria
não pouso ao seu lado
não conto meus pecados
de todas as horas
de todas as noites
de todos os dias.

E quem sabe amanhã eu desperte
ou eu padeça junto do sol
me desfazendo com o arrebol
e adentre pela luz das estrelas.

Eu desgasto o lápis
e me gasto em poesia
de amor e de dor
de flores e euforia
e escrevo todas as horas
e escrevo todas as noites
e escrevo todos os dias.

E quem sabe amanhã eu recorde
ou esqueça essa anestesia
que invade a mente e me isola
nessa alcova junto a essa eufemia.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem - Paul-Klee.-Ad-marginem.-1930

Vastos Caminhos do Coração




Tão vasto o caminho percorrido
nos rastros das flores desde menino
entregue aos perfumes dos frascos
de amores e as dores nas cores fremindo.

Tão vastas essas vias que os guias
explanam a frente e é sobressalente
a vontade e a amizade presas ao coração
que é grande e sofre no âmago a sua paixão.

Singelos quereres sinceros que a alma inflama
nos vastos caminhos dos rastros das flores
de olores sensíveis e até tão plausíveis
que meu coração em resignação grita que te ama.

São vias que são percorridas nas noites geladas
rasgando as madrugadas de estrelas e solidão
que trinca no peito afogado no leito friento
junto aos meus lamentos de eu não ter você;

tão junto que eu possa tocá-la e senti-la
e amá-la entregando minh’alma ao querer,
então eu me deito no pranto e além do acalanto
que um dia eu pude sentir e hoje já fugiu de mim.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Entre os Vazios do Último Crepúsculo




Não sei compreender esses momentos vazios
onde minh’alma beija o crepúsculo e cala
todos os sentimentos e o que fica é a penumbra
com nuances frias que gelam meu coração.

Não sei compreender o que sinto ao certo
nesse instante que é pálido e deserto
de amores e de dores que dissipam no ar
e as cores são agora tons de um azul enegrecido.

Queria entender seu olhar que é cor de mar
e que carrega estrelas que tocam meu ser;
queria poder tocar seus lábios e suas mãos
e na sua luz poder brilhar todas as auroras;

mas já é tarde e o sol ainda nem nasceu
e minha companhia é feita de eternidades
nessa alcova inóspita aonde guardo letras
nesse universo insurgente aonde eu moro.

Não sei mais compreender os meus sonhos
pois, eles foram roubados e embaralhados
e foram jogados aos ventos que sopram no leste
então fiquei acordado por mais de mil eras.

Eu já não sei mais compreender o que sou;
seria eu somente uma poesia em papel envelhecido?
Ou seria um caixa de anseios em uma mente de poeta?
Só sei que meus olhos marejados escorrem pelas estrofes...


Jonas Rogerio Sanches

Segredos da Paixão




São os nossos segredos
retesados na doce alcova
onde as quatro paredes
espiam o nosso amor.

São segredos de paixões
que lançadas no leito
formam o quadro perfeito
quando nos entrelaçamos.

São momentos tão quentes
onde os corações frementes
se entregam inteiros
e degustam todos anseios.

São os nossos segredos
libertando dos medos
e sentindo um ao outro
em mergulhos absortos.

E os olhares procuram
nossos corpos suados
e as mãos sãs tateiam
nossas almas entregues.

Segredos das paixões
que já não são hereges
e que o sentimento pede
para em ti adormecer.

E acordar com seu beijo
que me é tão perfeito
misturado aos lençóis
com os olores de nós.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Paz dos Dias Solitários




Dias de paz
onde a alma refaz
o início da luz
que os passos conduz
que é o lume do amor
e apazigua a dor
que deixei para traz.

Dias de paz
onde a alma reluz
o brilho do querer
se amar e viver
com a mente tranquila
quando o vento sibila
palavras de conforto.

Dias de paz
onde a alma feliz
reflete no cariz
o sorriso perfeito
elimina os defeitos
e galga sua senda
com coragem tremenda.

Dias de paz
que a alma flutua
e no tempo perdura
as paixões pela vida
suturando as feridas
que ficaram do amor
cultivado com labor.

São meus dias de luta
nessa eterna labuta
que fervilha no peito
que se encolhe no leito
de lençol solitário
onde pago os pecados
com minha solidão.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Passeando em Laços com a Morte



E foi em uma noite de almas libertas
qu’eu encontrei a face da morte
e ela sorriu escarnecida para mim
e me levou para um passeio sideral.

Subi e desci as escadarias do infinito
e ela me mostrava o que tinha de bonito
e havia luzes bruxuleantes nos arredores
e havia nuvens e um caminho sem fim.

Planei por sobre as almas que se aninhavam
nos gélidos calafrios dos fins do inferno
e havia seres que trabalhavam incessantemente
carregando archotes e levando o socorro até ali.

Me recolhi aquela gruta de onde olhei um arrebol
e era o arrebol dos tempos em eterno crepúsculo
e não havia nem dia nem noite e não havia tempo
mas havia um vazio de pensamentos e sensações.

Então encarei os olhos ocos da morte e sorri
e ela calou e ceifou as visões reveladoras
e eu cai em espasmos nos abismos da vida
e eu refleti no coração o pulsar das estrelas.

E foi na aurora das almas que eu retornei
e contemplei novamente aquele sorriso
então a morte soltou as minhas pálidas mãos
então a morte se virou calada e caminhou sozinha.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Blues das Almas Azuis




É azul o céu e o blues é antigo
e tem nuvens vagando a esmo
e tem flores e muitas pegadas
nos caminhos das estrelas.

É azul o céu e o blues continua
e continua os transeuntes pelas vielas
e o sol continua a brilhar incessante
nesse firmamento de cometas.

É azul o céu e o blues tem muitas cores
e no oeste as nuvens tingem fogo
e a chuva as vezes escorre nas sarjetas
carregando a sede de novas galáxias.

É azul o céu e é eterno o blues que toca
a gaita dos tempos de um tempo que se foi
e das vidas que partiram para nunca mais voltar
e fica anotado em poesia uma estrofe das almas.


Jonas Rogerio Sanches

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Eu Divido a Minha Paz




Eu invoco a paz para dividi-la
com os meus confrades da poesia
e meus companheiros do dia-a-dia
que me trazem sempre alegria.

Eu invoco a luz da nova energia
para iluminar de todos a senda
do meu coração essa é a oferenda
para que a escuridão nunca nos surpreenda.

Eu invoco e rogo por sabedoria
a todos amigos e aos inimigos
e que a justiça flua pelos nossos dias
e que haja abraços no final do dia.

Que neste Natal reine só o amor
que foi partilhado por Cristo Jesus
que veio sofrer e morrer na cruz
para redimir todos os pecados.

Desejo que os vindouros anos
realizem todos nossos planos
e os que não puderem se realizar
que sejam aprendizados para nos lapidar.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

domingo, 23 de dezembro de 2012

Aquarela de Poesia




Vislumbre de afresco
esplendor de aquarela
em beleza singela
de uma alma bucólica.

Eram cores de luzes
e nuances transcendentes
formidáveis e eloquentes
em traçados divinais.

E uma fuga de um ponto
escondido num coração menino
ou em cacos partido
entre os prantos das tintas.

Vislumbre de afresco
em contexto de pureza
flores da realeza
em disformes censuras.

Eram frascos contidos e espalhados
de tons escuros clareados
nos olhares complexos
de artista em reflexo anil.

E a fuga do mundo
de uma contemplação
onde em foz de destreza
um pintor pois as mãos.

Tela em vela que acende
e clareia um pensar
de um barco a navegar
no arrebol da paisagem;

miragem de olhar tão augusto
e robusto o pincel menestrel
de uma vida perdida, esquecida
que foi-se com as ondas do mar.

Pinturas em poesias e magias
das letras repletas de lumes
e costumes-metáforas em ânforas
de licores e sabores do amor.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

sábado, 22 de dezembro de 2012

Mais um Ano que se Esvai




Foram mil colapsos de um dia
e de um ano que se esvai;
conquista algumas vezes
quedas algumas vezes também.

Foram novas rimas em um dia
e novas poesias no ano que se esvai;
palavras novas algumas linhas
sentimentos novos constantemente.

Foram alguns livros em um dia
e um ano de muitas páginas;
escrevi alguns com alma
li alguns com o coração.

Foram tantas as borboletas em um dia
e meu jardim florido pelo ano que se esvai;
flores exóticas algumas vezes,
minhas rosas conversam comigo.

Foram novos cantos em um dia
e pássaros de todas as cores na janela;
nasceram alguns na pitangueira
outros foram morar na natureza.

Foram muitos prantos em um dia
e um ano que se esvai e leva as tristezas;
a solidão se fez amiga algumas vezes
e os sorrisos permanecem no semblante.

Foi uma amizade especial em um dia
que permaneceu e permanecerá florindo;
sorrimos juntos algumas vezes
sentimos saudade sincera dias distantes.

Foi essa a poesia e sempre será um dia
de um ano que se esvai ou que já vem
trazendo bênçãos para todos, e o amor
predominará nesse coração que ama as letras.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

O Inferno é a Mente da Gente que Faz




O inferno queima na fronte
do homem que reclama de tudo;
se é frio ele chora suas dores
se é calor sua falta de amor.

O inferno que é irreal, mas é tão real
e queima nos dias o sol das brasas
que o homem coloca embaixo dos seus próprios pés
depois reclama de novo que quer somente o gozo.

O inferno está nas valas e nas fumegantes balas
que homem cava ao seu cadáver em podridão
que o homem se deita bem antes de seu coração
e sofre contorcendo as vísceras querendo perdão.

O inferno está na mente do ser descontente
que chora o veneno bebido com satisfação
e inventa um diabo que atenta os seus pecados;
desculpas fúteis para fugir da própria realização.

Pobres demônios que levam todas as culpas
dessa orbe de covardias e falta de bom senso
eu sou homem tão humano e disso ao certo eu lamento
mas, meu inferno mora longe, muito longe do consenso.

E eu acendo velas para meus anjos em todas as encruzilhadas...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Gustave Dore - Inferno

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Proto-Plasma-Cataclísmico




Caóticos pulsares e destroços
dos restos dos cães alados
que vomitavam morte e lava
entre os casulos das borboletas de plutônio.

E as efígies cantavam apocalipses
e  ressoavam nos tímpanos de urânio
dos cogumelos-álamos da destruição;
e os olhos do ancião lacrimejavam sangue.

Homens comedores de almas e flores
tão exóticas dos vasos sanguíneos
entre todos os glóbulos supra-espaciais
das doenças que regeneram a carne.

Sou como uma poesia-vulcão em erupção
tão erudita e maldita que mata o ser;
sou um cataclismo nos campos férteis do além,
além vida, além morte, além de toda convicção.

E nos campos enteógenos da papoulas
as veias estufadas de um proto-mundo
de um protozoário alienígena incomum
que se alastra pelas incógnitas do amanhã.

E nas curvas da última esquina mais um final...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Salvador Dali- Nascimiento del Nuevo Mundo (1942)

Festim dos Vermes das Carcaças de um Mundo Moribundo




Vim dos funerais das formigas bizarras
pelos túneis de choros de todas cigarras
cavados por minhocas magras ressecadas
num chão meio rangido e meio batido.

E meu caminhar foi de sobreaviso
carregando minúsculas urnas mortuárias
e pisei baratas sujas pelo caminho
e eu não chorei lágrimas de açúcar mascavo.

Fiz um funeral no chão do meu quintal
e a extrema unção foi das vis mariposas
que queimavam asas pelos fogos-fátuos
que sobrevoava toda essa balbúrdia.

E depois da ceia dos vermes famintos
nem ossos restaram muito menos roupas
somente uma arcada dentária com cáries
e alguns besouros de olhos de ouro.

Morreram também abelhas africanas
que se adocicavam no melaço das canas
que fez desse solo um deserto escasso
para alimentar mil cavalos de aço.

Cantos mortificantes e uma poesia
que celebra a morte até raiar o dia
e no amanhecer onde a vida renova
as pétalas dos túmulos daquela murcha rosa.

Tordos e corvos e abutres agora saciaram
em carcaças turvas a sede de todas as fomes
na beira das estradas com defuntos podres
só não degustaram o amaldiçoado homem.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Salvador Dali - The Face of War

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Antropomorfo




Eram quase deuses e quase homens
eram diferenciados e quase dévicos
eram preciosos e quase alienígenas
eram uma estirpe de poetas mortos;

celebrando a vida e celebrando o nada
com suas centelhas de desilusões
cantavam serestas mui enamoradas
com suas vertigens e alegações.

E na derradeira órbita celestial
eram quase anjos ou quase arcanjos
com suas partituras partidas de vida
entoando amores quase tão platônicos

como aquela senda quase quixotesca
com suas descendências de antropomorfo;
e na derradeira ocasião tão naturalmente
eles partiram e deixaram versos anímicos.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Salvador Dali - Galatea Of The Spheres

Palavras ao Cristo meu Protetor




O silêncio ecoa em mim
e no mundo que quer gritar
uma cura que seja dura,
que seja amor, que seja pura.

E nos dias onde eu ouvi sua voz
a minha paz cresceu em sua verdade
meu grande e amado Mestre Jesus
que com humildade partiu sua luz.

Grito em silêncio a voz do coração
e Tu acolhe a minha súplica
como acolhido foi em um ventre
pela Mulher que é Rosa Púrpura.

Meu grande Amigo e Professor
no seu abraço senti o Amor
de uma maneira desconhecida
que me mostrou a força da vida.

Oh Cristo Rei da minha existência
aceite essa poesia por penitência
dos meus pecados que já são tantos
desse seu filho que te Ama tanto.


Jonas Rogerio Sanches

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Agora




Eu sinto que a vida que pulsa
se transmuta pelos dias vividos
com amor e sem repulsa
sem culpa, somente querendo viver.

Eu abro meus braços e abraço
o mundo mas minhas palavras
não cabem escritas nem na linha
do equador, pois são de amor.

Meu grito eu não explico
somente ecoo luzes e carinho
que é o que eu reflito no hoje
do espírito, que muda a todo instante.

E a casca do mundo, do corpo
eu destruo e eu fluo no éter
que extirpa o mal e a tristeza
e o que resta, é meu eu ser real.

E verso em reverso e vou em direção
dessa vias tão belas que trilham pelo coração
do mundo e do cosmo e do homem-transição
que adentra com corpo e com alma sua iluminação.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Dos Quereres mais Secretos às Realizações




Quero olvidar a música do mundo
e, dos corações titubeantes e flácidos
e, o trinar dos pássaros canoros
e não vou prantear quando houver ecos.

Quero degustar os sabores do amor
e, o gosto doce das orquídeas
e, o pólen das flores de lis
que alimentam os apetites insetívoros.

Quero adormecer nessa cama de estrelas
e caminhar por todas as vias (lácteas)
que levam por entre os mistérios soturnos
que carregam estórias e histórias esquecidas.

Quero poetar com letras entalhadas em marfim
e deixar gravado nas paredes do infinito um sol
para iluminar e fazer brotar as flores mais belas
e fotossintetizar as pétalas das flores astrais;

que eu cultivo nos sonhos e nos jardins secretos
para poder espalhar suas olências e suas paixões
tão exorbitantes e esdrúxulas que já não são
tão necessárias as querências de um andrógino sideral.

Quero olvidar meu nome sussurrado dos seus lábios
e retribuir cantando harmonias raras e paradoxais
que falam dos amores e das eras já tão erráticas
que delas só restou uma nostalgia quase vaporizada.

Quero declarar na última estrofe do livro da vida
um amor que eu cultivo mesmo distante de mim
que é a força motriz da minha continuação
que é o que me faz ser esse ser movido a emoção.

E no arrebol da transição das dimensões
já não haverá nenhum desejo fictício
e o meu querer não será apenas uma ilusão
de tudo aquilo que relatei durante meus versos.


Jonas Rogerio Sanches

sábado, 15 de dezembro de 2012

Gritos de um Coração Calado e Nostálgico




Sou assim calado
pois, eu amo em verdade
mas, qual será essa verdade?

Sou assim tão calado
pois, não sei as respostas
mas, sei que amo em desigualdades.

Sou assim e nada mais
pois, sempre sou eu mesmo
e mesmo a esmo eu me concluo.

Sou assim tão calado
pois, não sei se sei amar
mas, a poesia é meu brado conclamado.

Sou assim tão calado
pois, pranteio escondido
mas, guardo o sal para depois;

pois, é minha dor que eu afago
e meus sonhos são alados
mas, voo sozinho às escuras;

nessas falésias de clausuras
onde escondo meus sentimentos
pois, sou assim tão calado

e, meus versos degolados
pelas foices da morte e da vida
e, no fogo do sol eu suturo as feridas.

Sou eu mesmo, esse ser tão calado
em sentimento inusitado e vão
que flagela o coração com paixão.

Sou calado e de amor tão distante
e, parece que foi ontem a nossa despedida
minha inerte partida, mas, deixei o meu querer;

onde eu não posso ver
mas, eu sinto saudade
desse amor sem idade

que fecunda meus sonhos
e, mesmo no frio de minh’alma
sei que são as lembranças que acalmam.

Sou esse ser tão calado
e a chuva no telhado
só enaltece minha nostalgia

que desgasta meus dias
e ascende essa chama
que me diz que te ama

perto, longe ou eterno
d’um sentir sempiterno
que me agarro antes de partir.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Tempo de Paz




É tempo de resignação
e a Paz é do Filho de Deus
que veio do ventre sagrado
partilhar a boa nova no mundo.

É tempo de natal
e de uma Paz que extirpa o mal
e as cores são de alegria
mas, ainda existem as tristezas.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Notícias de uma Nova Era




É chegado um novo tempo
quem me disse foi o vento
que farfalhou na árvore frondosa
e sussurrou ao pé da rosa.

É chegado um novo tempo
quem me disse foi um passarinho
que internou-se em seu ninho
e cantou provérbios e profecias.

É chegado um novo tempo
quem me disse foram as flores
que exalaram palavras e olores
e calaram meu jardim em reflexão.

É chegado um novo tempo
quem me disse foram as borboletas
em suas cores e seus planetas
de polens e nuances exóticas.

É chegado um novo tempo
quem me disse foi um anjo
ou quem sabe era um arcanjo
que fez soar sete trombetas;

e o silêncio que procedeu
fez tremer o chão e o rei
que em soberba bebeu riquezas
e se esqueceu da sua natureza.

É chegado um novo tempo
quem me disse foi meu coração
que mergulhado em introspecção
viu céus e terras tornarem um;

e das estrelas chuvas de fogo
e foi o final e reinício do jogo
que rege as cordas do equilíbrio
e que eu joguei no meu renascimento.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Olhando os Olhos de Deus




Olhe os meus olhos Sr. Deus
e veja essa chuva de pranto
são águas que o amor me deu
que banham de sal o encanto.

Olhe pra esse seu filho Sr. Deus
e veja essa carcaça tão magra
são ossos que a fome me deu
que se arrastam pelas madrugadas.

Olhe essas dores Sr. Deus
e veja minha cara amarrada
ela é a professora que a vida me deu
pra torturar minha alma cansada.

Olhe essa miséria Sr. Deus
e veja essa desigualdade
que é fruto de tanta ganância
que é feita de atrocidades.

Olha essa poesia Sr. Deus
e veja toda essa verdade
que eu grito e espalho aos céus
que eu falo nas ruas da cidade.

Olhe os meus olhos Sr. Deus
e veja como estão marejados
são os filhos do mar que Tu fez
são as portas da minha eternidade.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: dreamstime.com

Minhas Flores no Amanhecer




Minhas flores no amanhecer
colorindo o horizonte trepido
que titubeia ao sol flamejante
e a um blues diuturno e formidável.

Minhas flores no amanhecer
bebendo as borboletas e colibris
que festejam os dias cálidos
entre o zumbizar de abelhas viris.

Minhas flores no amanhecer
com suas olências balsâmicas
que insistem em enaltecer
os germens criadores vegetativos.

Minhas flores escondendo as dores
de um amanhecer quase despercebido
onde eu me escondo por entre os jardins
esperando você passar por mim;

para te presentear com a rosa mais bela
e te perfumar com os olores finos dos jasmins
que se vestem augustos e brilham colossais
como minhas pupilas olhando o seu caminhar.

Minhas flores no amanhecer
e meus sonhos brincando ao léu
com as pétalas escarlates do meu viver,
com os ventos intermináveis das mudanças;

e agora eu serei o jardineiro das frestas do tempo.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: O Pequeno Príncipe

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Dama da Noite e dos Feitiços de Amor




Oh dama branca que entorpece
meus sonhos e as dores do meu jardim
com sua olência e querência do paraíso
com seu místico desabrochar ao anoitecer.

Invada minh’alma dama da noite
encha-me dessa magia perturbadora
que vem dos olores das suas belas flores
que vem dessa seiva sóbria sobrenatural.

A ti o meu canto em flauta e poesia
e nas duas fases da noite e do dia,
nas invocações das musas torpes do ar
que bailam sua dança num brando encantar.

A ti minhas noites de solidão
que mergulho insano em introspecção
e que eu rasgo memórias do meu coração
que titubeia ofegante outra dimensão.

A ti minha dama de todos os perfumes
do mais doce do néctar de todas as paixões
eu desmancho-me em versos quase melodia
e te afago nos braços junto as recordações.

Tu és dama da noite dos mistérios e luar
que resplandece e adormece espalhando
os mais gustativos polens do amar
e as vertigens perfumadas  como um embriagar.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Versificando as Sensações




Já não consigo ocultar minha tristeza
e minha dor corrói os sonhos e os gestos
e os dias passam deixando sequelas
no meu olhar que era tão brilhante.

Estou perdendo minha alegria
e aquela fortaleza que eu tinha
e as noites passam deixando solidão
no meu coração que era tão apaixonado.

Já não enxergo mais a esperança
e minhas amarguras se fazem presente
e os dias ficaram opacos e tortuosos
no meu caminhar cansado de tanto buscar.

Estou perdendo a vontade e a fé
e aquela determinação impávida
e as noites não tem mais os afagos
dos meus sentimentos agora fragmentados.

Só não perderei minhas filhas poesias
e aqueles versos tão cheios de alma
que são o meu último refúgio impenetrável
onde eu me escondo e abandono o mundo.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Van Gogh

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

É Chegado um Novo Tempo




É chegado o tempo da partilha das almas
e será um novo tempo onde haverá trevas
antes que a luz surja em beleza afrodítica
antes que o mundo ressurja em equilíbrio.

É chegado o tempo que o tempo já gritou
e será um novo tempo onde haverá pranto
e haverá morte antes que a vida renasça
antes que o sol relute por seu novo lume.

Pois estava escrito nas linhas dos pergaminhos
e na rocha havia símbolos atemorizantes
e de boca em boca os antepassados disseram
e, então o escárnio diante a profecia cessará.

Da chuva correrá rios de sangue e lágrimas
e os trovões ecoarão do ventre da terra
e o fogo consumirá toda a maldade
e, aquele que permanecer brando viverá.

E toda horda angelical retornará e ceifará
aquelas iniquidades que assolam a vida
e será a batalha da luz e da escuridão
e quem espiar as frestas será punido;

pois a providencia cósmica é infalível
e a curiosidade sempre matou o gato
então, é a hora que o tempo não esquece
e será guardada nas lembranças sobreviventes.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Foram Palavras que Partiram Vidas e Corações




Foi uma palavra dura que ecoou
por noites e noites de solidão
e adentrou por eras marcada n’alma
de uma centelha de luz humanizada.

Foi uma palavra que deixou marcas
e pecados escritos e descritos nas tumbas
daquelas existências que eu um dia vivi
e que um dia eu morri algumas vezes.

Foi uma palavra que ressuscitou a poesia
e transpôs todos os sonetos  e serenatas
que eram ditos nos becos de um luar de prata
que fazia luzir o ouro dos olhares apaixonados.

Foi uma palavra sem medidas e que feriu
amores e causou alegrias e causou tristezas
e causou cataclismos nas profecias dos dias
e causou um verso impune de dor lancinante;

que não foi o bastante, mas foi marcante
que deixou cicatrizes por vidas após vidas
e por mortes após mortes de sentimentos
e das vontades que foram feitas promessas.

Foi uma palavra dura que eu queria desculpar
e limpar os rancores que ela proferiu sem pensar
e reescrever e gritar todas as cantigas de amor
mas, foi uma palavra tão dura que não guardei mágoas.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Turbilhões de Letras




Turbilhões espasmagóricos
e fantasmagóricos de ideias
e uma assembleia de fatos
crassos de uma vida passageira;

e derradeira como a falta
do beijo e do abraço e do afago
no frio d’alma gelada e sensata
que move os sonhos e os quereres.

Turbilhões de emoções e aflições
das ações destemidas vividas
no limiar de um presente constante
sem depois e nem antes, apenas durante;

as tempestades de saudades
que ferem no peito e no leito
vazio e tão frio sem a sua presença
que compensa toda essa lida interminável.

Turbilhões de meus versos transversos
e reversos aos gritos bonitos não ditos
nas missas e nas festas antigas sertanejas
cheias de proezas e de amores nascentes;

e eu lembro da gente sorrindo e voando
entrelaçados e se amando sem pressa
e sem distancias que torturam as lembranças
quando acordo e não te encontro ao meu lado.

Turbilhões que redemoinham as poesias
das noites e dos dias e das fantasias
que enchem minha mente de letras
e de borboletas insurgentes das estrelas;

e dos planetas e cometas de rastros e luzes
e das matizes de mil nuances dançantes
e do final da sinfonia que eu escrevia
com toda calma de minh’alma para vocês.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Turbilhão por Lars Bo

domingo, 9 de dezembro de 2012

Surpreendendo os Leitores Assíduos




Surpreendente as cócegas
e, os átomos evolutivos
e, as serpentes marítimas
e, os aneurismas solares.

Surpreendente os ovinis
e, os glúteos das meninas
que malham com intuitos
de se sentirem as mais desejadas.

Surpreendente o suores que expurgo
nesse calo de um sol sem misericórdia
que racha a terra e corrói o homem
nesses dias fritantes e desiguais que vivemos.

Surpreendente minha poesia insana
que derrama minha seiva arbórea e vascular
que deságua pluvialmente nos rios da vida
e rega os canais essenciais dessa sede;

que seca as gargantas e os raciocínios
desgastados pela pleura perpendicular
que arranha todas as mentes egoísticas
e ainda assim, não desmente a morte.

Eu surpreendo o cálice e o aliciamento platônico
que tenta ser uma coisa real, ou tenta não ser
essa desilusão quase ínfima e irreal
que atordoa todos os arruinados pensadores;

e a indubita incoerência verbal existente
e, devasta todos os antigos profetas inócuos
que tentaram ser os reais portadores da verdade
mas, a verdade suprema é meramente incognoscível.

E eu sou só um poeta atônito e caótico
que adormece e desperta em cada verbo
tateando as cegas todos os provérbios
que afugentam todas as provas do ser eterno.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Silêncios e Ecos do Coração




Sou um silêncio incontido
que cala alguns sonhos
e que grita sem ecos
todas as dores do amanhã.

Sou um grito contido
que retumba incessante
entre as frestas do tempo
e escorre pelo meu passado.

Sou as cores sem mais pigmentos
e os espinhos encravados no peito
que resguarda meus ventrículos
enquanto o meu coração para de bater.

Sou um desejo convalescente
e pertinente como uma chuva de estrelas
e de amores impávidos e reais
entre todos os seres que tem sentimentos.

Sou uma vontade que derrama insanidades
por sobre as paixões sem reciprocidade
e tão platônicas como nuvens de beijos
eu corro pelas vias de uma eternidade.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

sábado, 8 de dezembro de 2012

Noites e Solidões tão Sombrias




Mergulho na noite nefasta
que a vida desgasta sem dó nem pudor
e na fresta do tempo contínuo
em solidão a pino eu falo da dor;

que insana consome minh’alma
e varre minha calma
em ventos constantes calados
sussurrando no ouvido meu fado.

Mergulho em noite funesta
sem prazeres nem festas
nos cumes de desgostos
que consomem meu rosto;

que olha febril nos espelhos
pensando no nada de nada sem nada
jogado em calçada e cabeça ao meio-fio
tremendo de frio e calor do inferno.

Enfrento essa noite insensata
sem balas de prata; e nenhum lobisomem
só a alma do homem cansado da vida
seguindo na lida lambendo a ferida;

que inflama e apodrece
nem cura nem padece
essa carne consumida
resquícios de lembranças perdidas.

Enfrento essa noite presente
infeliz e incontente
nesse medo incontinente
de morrer sem seu beijo;

que é o que eu desejo
e é o que eu preciso
mas ainda eu não tenho
e assim me contenho.

E mergulho nas noites funestas
em solidão doente e nefasta
e o auge de tudo já não interessa
pois o que me resta é a saudade de ti.


Jonas Rogerio Sanches 
Imagem: Google

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fingindo uma Poesia




É todo o meu fingimento comprimido
e fragmentado nessa poesia torpe;
toda tristeza mascarando o real
de uma alegria quase inexistente.

É um verso fingidor de todas as rimas
que obscurece a vida, o sol avassalador
modificando e enganando meu clima
corpuscular e afrodítico dessa lida.

São parâmetros sem nexos espaciais
que escondem todo esse logro literário
e, enterram em terra barrenta essa cognição
que move a caneta e o ônibus intergaláctico.

É todo um mundo doente e fingindo
uma cura pra lá de coerente e pungente
numa roda cósmica inédita e sem igual
que mortifica todas minhas falsas vontades.

É uma última estrofe de incoerências
excluindo todo o fingido momento estro
enquanto eu observo um aquário de inspirações
e escrevo uma insanidade pra lá de oblíqua.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google