quinta-feira, 16 de agosto de 2012

De Lugar Nenhum

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Eu nasci em todo lugar
mas não sou de lugar nenhum,
sou de vidro, de palha e de vento
sou sorriso e resquícios do tempo...

Meu contento é momento calado
quando voo em minha manticora
e adormeço em camas de fogo
assistindo com medo seu rogo
e inventando um verso perplexo
sem nenhuma mentira ou reflexo
se espalhando em espelho convexo...

Eu nasci em todo lugar
mas continuo em lugar nenhum,
sou de orvalho, de malha e de cera
sou faísca em essencial pederneira
corroída em lástimas de fogueiras
e derretida junto a parafina do caos...

Eu já sou e nem sou tudo isso,
sou apenas o final dos rabiscos
marcantes e não mais obtusos;
contudo, sou o próprio eu
em busca da purificação do amanhã...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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