quinta-feira, 22 de março de 2012

Cães da Boemia

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Guitarras gritantes nos becos vazios
Latidos soberbos ecoam pela noite
E o frio endurece os corações
Copos de uísque e um blues sorrateiro

Cigarros nos cinzeiros a meia brasa
Olhares famigerados ou esquecidos
Histórias de assassínios brutais
O falecimento de mais uma dose

Corpos desnutridos caminham
Com suas barbas brancas e sujas
Ouço murmúrios do lado de fora
E a guitarra grita antigos sentimentos

Madrugadas caladas de mistérios
No quarto de hotel barato a morte
Despreocupada assiste a vida
Passando e beijando seus pés

E a guitarra já cansada
Recolhe-se a um novo dia
Inútil rotina... Cães da boemia
Agora embriagados e adormecidos


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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