quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Espasmos Alegóricos




Espasmos de inspirações nesse sol
Que aquece e desgasta minhas palavras
Espasmos de dor sobre o lençol
Que me deixam insone nas madrugadas

Espasmos e lapsos de memórias
Tão antigas que deixei na encruzilhada
Espasmos pela água tão gelada
Que pela cachoeira foi a tempos derramada

Espasmos longos em um peito doentio
Que aquela tarde se banhava lá no rio
Rio de águas claras e de vida borbulhante
Que busca o mar nesse fluxo constante

Eu tive espasmos ao escrever tal poesia
Incerto ao verso vazado pelo punhal
Não fui direto, mas usei alegorias
Para entregar- me as castas luzes do arrebol

Também espasmos pelo sangue escorrido
Sono letárgico, desregrado e fatal
No seio eterno do universo escondido
Nos abraços escassos entre o bem e o mal


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Desvarios




Nesse mesmo fim de tudo
Ou esse mesmo fim de nada
Onde o louco fica mudo
E a plebéia lhe da água

Nesse meio instante ido
Ou o mesmo instante agora
Que o padre tira a batina
E o Cristo vai embora

Seja agora ou mesmo antes
Pois depois seria tarde
Parte o barco sem despedida
Com a força desmedida

E as horas foram muitas
Ou não foram e sim ficaram
Onde o tempo já está gasto
E os relógios já pararam

Nasce a flor e o beija-flor
Ou só nasce a criança
Nasce o tango e a valsa
Mas na noite morre a dança

Chora a mãe a dor do filho
Ou o pai abre um sorriso
Chora o filho a mãe perdida
Chora o pai em sua partida

Ficam versos desvairados
Ou ficam somente letras vãs
Ficariam olhares apaixonados
Se voltassem amanhã

Esperaria com sorrisos
Ou chorando de saudade
Dos amores desmedidos
Dramas da eternidade


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

A Formiga Sonhadora




Foi num reino pequenino
De muita organização
Que ocorreu essa estória
Formiga de imaginação

Seu nome era Formigável
E sonhava um dia ser poeta
Escrevia sempre às escondidas
Pois tinha vergonha das outras formigas

Mas por obra do destino
Um grande amor ele conheceu
Era a formiga mais graciosa
E os versos dele ela reconheceu

Foi o início da realização
Do sonho daquele menino
Dando a ela o seu coração
Deixando fluir toda a inspiração

Lembrado até os dias de hoje
É o seu nome pelos formigueiros
Conta a lenda que escreveu livros
Que foram lidos no mundo inteiro

Outras estórias falam que ele
Roubou as estrelas para a amada
Onde eles vivem juntinhos
Olhando por nós todas madrugadas


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ser Feliz... Viver Feliz




A vida às vezes pede uma lágrima
Mas uma lágrima de alegria
Acompanhada por um largo sorriso
Vindo do fundo da alma

A vida nos pede para sermos felizes
Mas aonde se encontra a tal felicidade?
Acredito esteja nos detalhes
Nos atos vindos do coração

Em momentos de contemplação
De todo o magnífico e belo que nos cerca
Mas nos esquecemos de observar
O quão belo e perfeito é viver

Viver com amor próprio
E na mesma intensidade amar o próximo
Indiferente de cor e crença
Seja na saúde... Seja na doença

Ser feliz... Viver feliz!
Ser nós mesmos... Dar o melhor de nós
Em tudo o que fazemos
Nos mais insignificantes momentos

Sem querer agradar
Mas sem a intenção de magoar
Simplesmente sendo verdadeiro
E lutando pelos sonhos mais profundos

Ser feliz... Viver feliz!
Estendendo a mão
Incondicionalmente... Por amor
Por necessidade de crescer

Sem olhar ao qual ou a quem
Mas olhando a nós mesmos
Vigiando pelo próximo
E tornando a fé inabalável


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

Eclosão




A vida eclodindo nos campos
Em meio à grama tenra e orvalhada
Seguindo os planos divinos da eternidade
Em sua forma microscópica e delicada

Arquitetura universal regente da perfeição
Onde o grande e pequeno seguem sua evolução
Belezas e mistérios entre essa transformação
Onde o onisciente é presente em manipulação

Plenitude por todos os cantos
Desde o micróbio à constelação
Cada um vivendo sua etapa
Nas páginas do livro da ascensão

Observo tudo acontecer
Mesmo sem poder compreender
O funcionamento de outro universo
Em expansão dentro do meu ser


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Lenda de Amor dos Destemidos




Naveguei solitário pelos mansos rios
E desagüei pleno em seu coração
Aonde eu me abriguei de toda tristeza
E refiz-me baseado em nossa pureza

Agora juntos velejaremos pelos mares
Impulsionados pelos rubros ventos da paixão
Contemplaremos um ao outro até a alma
Protegeremo-nos de toda mágoa e insatisfação

E todas as noites vigiaremos as estrelas
Que como raras jóias enfeitam o firmamento
Nas madrugadas prateadas voaremos
Pelo infinito... Sem nos perdermos

E às profundezas do oceano convidativo
Visitaremos todos os reinos desconhecidos
Conheceremos o Deus Netuno e suas filhas
Também Atlântida e suas maravilhas

Uma promessa então faremos para as Sereias
Para eu ver a nossa história eternizada
E o nosso amor pelos tempos será conhecido
Como a Lenda de Amor dos Destemidos


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google